O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) acredita que o investimento de R$ 10 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) é o melhor caminho para que a sociedade brasileira tenha a resposta mais breve sobre a viabilidade do uso da Fosfoetanolamina no tratamento do câncer.
“O governo Dilma acerta ao investir para que todas as etapas de pesquisas e testes sejam vencidas com a maior celeridade possível. Muito tem se falado e há muita polêmica sobre a Fosfoetanolamina, mas até então nenhum grupo de pesquisadores havia iniciado o processo de testes que todo e qualquer medicamento precisa passar, para saber se ele é ou não eficiente, qual efeito colateral, qual a dosagem adequada. Pesquisas recentes mostraram que até um simples paracetamol pode matar se a dosagem for errada. O que diferencia o remédio do veneno muitas vezes é a dose”, destacou Solla.
Dos R$ 10 milhões, R$ 2 milhões serão usados já neste ano para o início dos testes, e em 2016 e 2017 serão aplicados mais R$ 8 milhões. Em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara de Deputados, nesta quinta-feira (12), definiu-se que uma comissão de deputados acompanhará as atividades do grupo de trabalho formado no Ministério da Saúde sobre a Fosfoetanolamina.
“A audiência foi importante para que cada ator assuma sua responsabilidade neste caso. A Anvisa tem sido muito cobrada e colocou-se à disposição para dar a maior celeridade ao caso, desde que chegue um pedido de registro de um medicamento. A Anvisa é agente fiscalizador, não desenvolvedor de pesquisas”, pontuou Solla.
O deputado cobrou responsabilidade da classe política, acadêmica e dos meios de comunicação para informar devidamente a população sobre o atual estágio de pesquisa da substância. “Os testes realizados até aqui em animais de laboratório são promissores, segundo os pesquisadores, mas não é ético, tampouco legal que qualquer médico prescreva uma substância que não foi testada e aprovada, nem aqui, nem em lugar nenhum do mundo. Há vários exemplos de medicamentos que não dão as respostas esperadas quando feitos os testes clínicos. É preciso ter responsabilidade e aguardar os resultados finais”, disse.