Após a primeira rodada de negociação na Secretaria Municipal de Gestão (Semge), nenhuma contraproposta foi apresentada pelos representantes do prefeito de Salvador para a pauta reivindicatória enviada pelos servidores municipais com referência à campanha salarial 2016. Alegando dificuldades financeiras, a titular da Semge afirma que não haverá concessões de reajustes aos cerca de 22 mil trabalhadores da máquina administrativa da capital baiana.
A categoria apresentou um pedido de reajuste linear na ordem de 17% (dezessete por cento) para corrigir os efeitos da inflação acumulada nos últimos doze meses em seus salários. Além disso, os servidores exigem que as pautas aprovadas na campanha salarial de 2015 sejam cumpridas pelo prefeito da capital baiana. Os trabalhadores temem que as negociações se arrastem e possam ser prejudicadas pelas restrições da Lei Eleitoral.
“Enviamos uma pauta de reivindicações no final de janeiro para que a gestão pudesse analisar e realizar seus estudos de impactos financeiros. Chega o mês de março e a primeira reunião é convocada para dizer que não haverá nenhum reajuste. Reajuste zero não era a contraproposta que esperávamos ouvir da secretária aqui na Semge. Qual reação o prefeito espera que os trabalhadores tenham após essa resposta vazia e arrogante”, questionou o coordenador geral do Sindseps, Everaldo Braga. Na próxima terça-feira (15), a categoria se reúne em assembleia, na frente da Semge, no Vale dos Barris. A negativa da gestão municipal em conceder qualquer reajuste será avaliada pelos servidores. Uma nova rodada de negociações acontecerá na segunda-feira (14), pois a responsável pela Secretaria Municipal de Gestão alegou que os gestores dos órgãos “precisavam tomar conhecimento da pauta de reivindicações”.
A greve deflagrada pelos trabalhadores começa nas primeiras horas da terça-feira (15). De acordo com o coordenador do sindicato, a direção da entidade continuará buscando o diálogo permanente com vistas a atender aos interesses coletivos da categoria. “Estamos querendo resolver a situação e que não haja qualquer prejuízo para os servidores. Não aceitaremos que haja tentativas de usar as restrições da Lei Eleitoral para não reajustar nossos salários. Mas, o cenário que está sendo mostrado pela gestão é favorável”, completou Braga.