Iolando Lourenço – Repórter da Agência Brasil
Presidentes de todas as centrais sindicais pediram hoje (29) ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o adiamento da votação da reforma da Previdência para o ano que vem.
Os dirigentes sindicais defendem que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, que altera o sistema previdenciário nacional, estabeleceça, entre outras coisas, idade mínima para a aposentadoria e o teto da previdência geral para todos os servidores públicos da União, dos estados e dos municípios (paridade entre os servidores).
Segundo o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, um dos participantes da reunião, Rodrigo Maia disse que só vai se posicionar amanhã (30) sobre o adiamento da votação, após conversar com os líderes partidários e sentir a disposição deles quanto à votação da reforma da Previdência.
Os sindicalistas relataram a Maia a situação e como a reforma está sendo vista em suas entidades. “Fizemos um relato de como é que estamos vendo essa questão da reforma da Previdência, da rejeição que a população tem feito à reforma, principalmente, à questão da idade mínima, e também a essa transição que ninguém consegue entender. Fizemos um pedido, por unanimidade das centrais, para que ele [Maia] adiasse a votação para o ano que vem”, disse Paulinho.
De acordo com o deputado, o adiamento da votação será importante para que o tema seja mais debatido e também para que se abra um espaço de debate com as centrais sindicais. Ele enfatizou que o maior debate é importante para que no ano que vem os pontos da reforma estejam mais esclarecidos para a classe trabalhadora.
Paulinho informou que os dirigentes sindicais ressaltaram, na reunião com Maia, os riscos que a votação da reforma da Previdência pode trazer para o Congresso. “Colocamos que durante um certo período do ano teve uma radicalização do povo contra o Congresso com manifestações inclusive violentas. Achamos que a votação da Previdência vai trazer isso de volta. Vai trazer toda uma radicalização do povo contra o Congresso, e isso é muito ruim.”
Greve geral
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, destacou que a única condição que os trabalhadores têm para impedir que o Congresso vote a reforma da Previdência é fazer greves, como uma forma de pressão aos congressistas.
“A única condição que temos de impedir essa reforma é fazendo greve nacional contra a reforma da Previdência. No dia 5 (terça-feira), vamos fazer uma greve nacional para impedir a reforma. A greve é o único instrumento que nós temos para o enfrentamento”, disse Freitas.