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Bruna Dutra, da Agência O Globo

O processo de pente-fino nos benefícios por incapacidade do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) identificou um segurado que fraudava o sistema e recebeu o auxílio-doença, indevidamente, durante dez anos. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) o homem de 33 anos, que mora em Olinda, Pernambuco, dizia ter câncer nos pulmões e nos brônquios. Entretanto, um médico perito constatou, através do Facebook, que o beneficiário trabalhava como personal trainer e praticava maratonas.

Ainda de acordo com o MDS, o segurado recebia o benefício desde os 23 anos e, segundo consta em documentação, exercia a função de motociclista quando o benefício foi concedido, em 2008. Por motivos de confidencialidade, a pasta não informou quanto foi pago ao segurado durante uma década de afastamento.

Desde 2016, quando começou o processo de revisão nos auxílios-doença e aposentadorias por invalidez, peritos do INSS passaram a usar as redes sociais para confrontar informações passadas pelos segurados durantes as perícias do pente-fino. Conforme uma fonte ligada ao INSS informou ao EXTRA, nem todos os segurados têm as redes sociais investigadas. Porém, caso o perito desconfie de fraude, pode usar as redes para entender a realidade diária do trabalhador e investigar as informações divulgadas por ele na web.

Ainda segundo a fonte, as informações postadas pelos segurados na internet podem ajudar na revisão e, em caso de cancelamentos de benefícios, caso o segurado entre na Justiça, o INSS pode usar as informações como prova em casos de processos.

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