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A partir desta quinta-feira (21), a capital baiana ganha mais um aliado na saúde pública: a Unidade Móvel de Zoonoses (UMZ). O projeto é pioneiro no país e vai fazer toda a diferença para o enfrentamento e prevenção da esporotricose – micose causada pelo fungo do gênero ‘Sporothrix spp’.

O equipamento itinerante terá a capacidade de 15 atendimentos diários. Até o próximo dia 22, ficará estacionado na Prefeitura-Bairro de Itapuã, na Avenida Dorival Caymmi. Em seguida, serão beneficiados os bairros de Paripe e São Caetano.

O acesso ao serviço será exclusivamente através de agendamento prévio. Para conseguir uma avaliação é necessário entrar em contato com o Fala Salvador, pelo número telefônico 156. No local, um médico veterinário vai realizar avaliações clínicas de casos suspeitos com esporotricose, além das consultas de revisão de animais em tratamento. O espaço também coleta material de exame das lesões através de citologia.

A coordenadora do CCZ, Isolina Miguez, explica que Itapuã foi escolhida para iniciar os atendimentos devido ao alto número de casos na localidade. “O objetivo é intensificar o acesso ao tratamento dos animais suspeitos de esporotricose de forma objetiva e segura para evitar que o fungo se prolifere e atinja outros bairros”.

O titular da pasta, Décio Martins, pontua que a capital baiana segue em destaque no Brasil quanto a políticas públicas voltadas para os cuidados com animais. “Todo o projeto foi custeado com recursos próprios, pois, apesar de ser uma zoonose, o Ministério da Saúde não tem programa específico para repassar verbas no combate à esporotricose. Estamos muito felizes e confiantes em reduzir os números na cidade, além de ser exemplo, mais uma vez, no enfrentamento de doenças para outras capitais do Brasil”.

Tratamento – Para ter acesso a um atendimento, é necessário que o cidadão ligue para o Fala Salvador, no número 156, após suspeita de lesões causadas por esporotricose nos animais. Após analisar a situação, uma equipe é deslocada para coletar o material provocado pela lesão no bicho. Em caso de diagnóstico positivo, a equipe UMZ vai agendar por telefone a ida ao equipamento itinerante para realizar o tratamento.

Doença – A esporotricose é uma micose conhecida como a “doença do jardineiro”, causada por fungo que pode afetar vários animais, incluindo seres humanos. A transmissão ocorre pelo contato com terra, matéria orgânica e espinhos de plantas contaminadas com o fungo ou através de arranhadura, lambedura ou contato direto com secreção das lesões de animais infectados.

O animal com suspeita de esporotricose apresenta nódulo ou úlcera na pele ou na mucosa nasal, ou problemas respiratórios (espirros). O agravo tem cura, principalmente, quando diagnosticado no início.

Dados – No ano de 2021 foram notificados 1.223 casos suspeitos de esporotricose em Salvador. Desse total, 1.090 animais receberam tratamento, sendo 654 deles pelo CCZ, 137 evoluíram para o óbito e 228 obtiveram cura.

Já em 2022, até o início do mês de julho, o CCZ recebeu 400 solicitações de animais suspeitos referentes à esporotricose, 678 animais estão em tratamento pelo CCZ, 53 evoluíram para o óbito e 95 animais obtiveram cura.

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