Nos últimos cinco anos, o Centro Histórico de Salvador está vivendo um novo tempo áureo, semelhante ao ocorrido na década de 1990 com a revitalização realizada na região pelo então governador Antônio Carlos Magalhães. Essa foi uma das considerações feitas pelo prefeito ACM Neto, durante abertura da exposição “Cabeça do Tempo”, em homenagem ao artista plástico Mário Cravo Júnior e ocorrida nesta terça-feira (4), no Instituto ACM, no Terreiro de Jesus.
A atividade marca a abertura da Semana Ação, Cidadania e Memória, que celebra o aniversário de 91 anos do senador ACM, caso estivesse vivo. Também estiveram presentes na ocasião o presidente da Rede Bahia, ACM Júnior; a presidente do Instituto ACM, Cláudia Vaz; e o filho do artista, Ivan Cravo.
Dentre as intervenções iniciadas pela Prefeitura estão as obras de revitalização do Terreiro de Jesus e, em breve, as ações de requalificação da Avenida Sete e da Praça Castro Alves, no Centro, e da Praça Cairu, no Comércio. Apenas em infraestrutura urbana, os investimentos no Centro Histórico somam, no total, recursos superiores a R$250 milhões. “Temos apreço, como gestores públicos, da importância da preservação da nossa cultura, da valorização da nossa história e, sobretudo, o reconhecimento de que este é o principal elemento que Salvador tem e que nos diferencia no Brasil e no mundo”, afirmou ACM Neto, pontuando ainda que as ações ajudam a perpetuar o legado do avô.
O gestor também lembrou da amizade entre ACM e Mário Cravo, personalidades que ajudaram a trazer mais brilho para a Bahia. “Tem uma coisa em comum entre ambos, que era a paixão pela cultura e a valorização desse bem extraordinário dos baianos, que é a capacidade criativa do povo. A obra de Mário Cravo está presente em vários pontos de Salvador e ajudaram a revelar a cidade para o Brasil e para o mundo”, completou.
O prefeito também aproveitou para alertar aos jovens sobre a necessidade de conhecer o passado e que o poder público também precisa fazer a própria parte nesse processo. “A nova geração precisa gostar da arte, valorizar a cultura, conhecer a nossa história e isso não vai acontecer por acaso. É preciso que existam organizações não governamentais, empresas que tenham essa filosofia e governos preocupados com nossa cultura. Vejam o episódio lamentável que aconteceu com o Museu Histórico Nacional, que mostra como o nosso país está involuindo nesse aspecto”, finalizou.
Exposição – Um mês após a morte, ocorrida em 1º de agosto último, Mário Cravo Júnior é homenageado com exposição “Cabeça do Tempo”, composta por dez obras do artista e que fazem parte do acervo da galeria de Paulo Darzé, que também assina a curadoria do projeto. Renomado pelo seu relevante legado junto à cultura baiana, Cravo trabalhou, desde os anos 80, para compor o acervo que conta, ao todo, com um conjunto de 66 cabeças.
Com exceção de algumas peças, as obras foram esculpidas com a madeira que sobrou do incêndio que destruiu o antigo Mercado Modelo, no início dos anos 80. A exposição poderá ser vista gratuitamente até o dia 21/09, sempre de segunda a sexta, das 09h às 12h e das 13h30 às 17h e, aos sábados, de 09h às 12h.
ACM – Nascido em Salvador, em 4 de setembro de 1927, Antonio Carlos Peixoto de Magalhães ingressou na carreira política em 1954, quando elegeu-se deputado estadual. Entre os outros cargos públicos que assumiu está o de deputado federal por três mandatos consecutivos, a partir de 1958 e o de prefeito de Salvador, em 1967.
Foi governador da Bahia em três ocasiões, sendo a primeira vez em 1971 e novamente entre os anos de 1979 e 1983, e de 1991 a 1994. Em 1994, foi eleito senador e chegou a presidir a casa entre 1997 a 2001, voltando ao cargo em 2002.
ACM também ficou conhecido por ser o anfitrião do estado, atraindo para a Bahia a atenção de líderes políticos, religiosos e personalidades do mundo todo. Faleceu em 20 de julho de 2007, e deixou um legado e exemplo de amor ao estado por meio de ações que ajudaram a transformar e modernizar a região em 55 anos de vida pública.