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A última terça-feira (19) foi um dia de grande expectativa entre profissionais de saúde e idosos que moram em abrigos de Salvador, devido ao início da imunização contra a Covid-19. Passados dois dias, os primeiros vacinados não relatam efeitos colaterais e aguardam a possibilidade de, em breve, poder retomar a rotina de antes da pandemia.

A infectologista da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) Adielma Nizarala aponta que é comum as vacinas terem algum tipo de efeito colateral, a exemplo do sarampo e tétano. A reação varia de acordo com a sensibilidade das pessoas, por exemplo, aos recipientes (substâncias no composto da vacina). No caso da CoronaVac, o imunizante têm o vírus vivo atenuado e pode promover reações como febre, dor local, dor de cabeça e dor no corpo.

Adielma salienta que é preciso observar os três primeiros dias após a vacinação para ver a resposta inflamatória de cada pessoa. “O corpo precisa entender que ali é um vírus e assim gerar anticorpos, como se fosse uma infecção simulada pela vacinação. Por isso, não recomendamos a quem tomou outra vacina, tipo a de pneumonia, que receba na mesma semana a da Covid-19. Isso porque, se tiver reações tardias da outra, você pode confundir e não saber de qual vacina é a reação”, observou.

A infectologista recomenda, em caso de dor, o uso de analgésico, não sem antes consultar um médico, e também compressa de gelo no local, a depender do período que comece a incomodar. A médica aproveita e faz o alerta: se for observado qualquer efeito adverso, é importante procurar uma unidade de saúde para que seja feito o monitoramento.

Paciência – Primeira vacinada na cidade, a enfermeira Angélica Sobrinho, de 53 anos, afirma não ter tido efeito colateral nenhum, apenas uma leve dor por ter dormido em cima do braço. “As pessoas perguntam se tive alguma sensação diferente, se a respiração tá igual, mas não mudou nada. O coração que ficou acelerado pela emoção que a gente passou, mas clinicamente estou normal”.

A profissional afirmou que aguarda ansiosamente a confirmação da imunidade, para que possa se reunir com as tias, já idosas, pois sente muita falta disso. Ela completa ainda que, por enquanto, até todos estarem vacinados, o melhor é continuar respeitando o distanciamento, com uso de máscara e álcool em gel.

“Nós baianos abraçamos muito, temos esse aconchego e esse convívio, toque, afeto faz falta. Tomamos a primeira dose? Sim! Tivemos a oportunidade? Sim, mas precisamos ter consciência e paciência”, concluiu.

Idosos – No Abrigo Dom Pedro II os vacinados também não tiveram sintomas após a primeira dose. A abrigada Heloísa Elias Portela, de 89 anos, diz ter ficado um “pouco mole”, mas sem dor nem febre. Agora que está vacinada, não vê a hora de retomar um dos hobbies: pegar o ferry boat e ir passar um dia na ilha.

A primeira vacinada do abrigo, dona Margarida Nascimento, de 83 anos, não sentiu dor, nem moleza ou febre. “Estou tranquila, não senti nada. Estou é doida para ir pro shopping, que é o que eu gosto de fazer. A gente tem que voltar a fazer o que a gente gosta”.

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