A Prefeitura de Salvador já atendeu 8.665 mulheres nos centros especializados contra a violência até setembro de 2023. O número é maior do que o registrado ao longo de todo o ano passado, quando foram realizados 6.501 atendimentos nos três centros especializados mantidos pela gestão municipal, o que representa um crescimento de 33%. Em 2021, foram 3.883 mulheres atendidas.
Estes centros visam fornecer suporte psicológico, assistencial e jurídico às mulheres vítimas de violência. Patrícia Passos, psicóloga e supervisora do Centro de Referência Especializado de Atendimento à Mulher Arlette Magalhães (Cream), explica que as unidades “atuam de forma padrão, oferecendo atendimento de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h, com equipes compostas por psicólogos, assistentes sociais e advogados”.
A Prefeitura de Salvador mantém três unidades: o Centro de Atendimento à Mulher Soteropolitana Irmã Dulce (Camsid), localizado na Rua Léllis Piedade, n° 63, na Ribeira; o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Loreta Valadares (CRAMLV), na Rua Conselheiro Spínola, Praça Almirante Coelho Neto, nos Barris; e o Cream, situado na Rua José Seixas Filho, em Fazenda Grande II.
“O psicólogo trabalha nas questões emocionais, o assistente social identifica questões sociais, fornece encaminhamentos para benefícios sociais, e o advogado presta orientações jurídicas e encaminhamentos para a Defensoria Pública”, contou Patrícia.
Já no Camsid, na Ribeira, proporciona serviços de acolhimento e abrigamento temporários. “Lá, nós temos o serviço de acolhimento e abrigamento temporários. O que vai diferenciar um serviço do outro é que, no acolhimento, nós acolhemos mulheres que estão em um ciclo de violência, mas que não apresenta risco iminente de morte, elas podem então ficar conosco durante 15 dias, que é o tempo de encontrarmos uma rede de apoio familiar ou dar entrada em benefícios sociais, como o auxílio aluguel, para que ela não precise retornar ao seu contexto de violência”, esclareceu.
“O serviço de abrigamento envolve mulheres que estão em risco eminente de morte e que ficam conosco durante 48 horas, após esse prazo, que é o tempo que conseguimos solicitar vaga na Casa Abrigo do Estado, para que ela seja transferida para esse local, um local sigiloso, justamente para resguardar a vida dessa mulher. Nessa Casa Abrigo ela poderá ficar de três até seis meses, que é o tempo de ela se reestabelecer emocionalmente, como o tempo de ela sair do risco”, acrescentou.
Além dos serviços assistenciais, os centros desenvolvem atividades de prevenção, mensalmente, através do Alerta Salvador. “Para além das políticas assistenciais, do funcionamento das casas, nós também desenvolvemos atividades de prevenção, indo até as instituições, sejam elas de saúde, de assistência, associações de moradores, enfim, para estar mais perto da comunidade e poder conversar a respeito dos sinais da violência, a respeito da rede de proteção à mulher que é ofertada pela Prefeitura de Salvador”, enfatizou.
A psicóloga também pontuou iniciativas de qualificação profissional. “Existe o eixo de qualificação também que a Prefeitura faz parcerias, com o Senac, por exemplo, justamente para que essas mulheres possam ter acesso a formações, qualificações, e possam investir em suas carreiras mesmo, de forma que sejam independentes financeiramente”, completou.
Mais informações podem ser adquiridas através do Disque Salvador, no número 156, opção 9.