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Salvador vive o momento mais crítico da pandemia desde que ela começou, em março do ano passado. Em função do aumento expressivo de casos de Covid-19 na capital baiana, a infectologista da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Adielma Nizarala, explicou a necessidade de os cidadãos reforçarem os cuidados e seguirem os protocolos de biossegurança no combate à doença.

“O reforço nas medidas de cuidado e prevenção contra a Covid-19 são essenciais para conter o vírus. Não aglomerar é um ponto muito importante. Precisamos ter o distanciamento social, ou seja, conversar com as pessoas sempre de longe. Também não se deve fazer a retirada da máscara quando estiver na presença de outras pessoas, e o uso do álcool deve ser constante. Temos certeza de que a probabilidade de transmissão é praticamente zerada quando a máscara é utilizada de forma adequada e há um distanciamento superior a 1,5 metros entre as pessoas”, disse.

A especialista avalia que Salvador vive este momento crítico da pandemia com a nova onda de contaminação, em decorrência da má interpretação da flexibilização. “Acredito que, desde setembro, quando começamos a ter uma diminuição do número de casos aqui em Salvador e começou a ser feita uma flexibilização, na tentativa de retomar aos poucos as atividades econômicas e sociais, as pessoas não tenham entendido muito bem que isso não se traduzia por liberdade total. Trocaram a palavra flexibilização por liberação, começaram a relaxar com as medidas de proteção. Somado a isso, vieram as festas de final de ano e o verão, que, apesar de não ter sido igual aos outros anos, existiu aglomeração”, afirmou Adielma.

A infectologista lembrou que a Covid-19 pode se apresentar em pacientes de forma assintomática, por isso, é importante restringir o contato, mesmo com pessoas da família. “Se eu tenho que conviver com alguém sem máscara, essas pessoas são as que eu convivo todos os dias, dentro da mesma casa. Nesse momento, não devemos considerar seguro o contato com um primo que veio visitar, um tio que chegou de viagem. No ponto de vista de segurança contra o vírus, eles não fazem parte do núcleo familiar e o risco pode ser alto”, explicou.

Segundo a médica, a reclusão é a única forma eficiente para diminuir o número de casos em curto prazo e evitar a propagação da doença. “Não vejo nos próximos 15 dias uma possibilidade de redução de casos, a não ser realmente que as pessoas adotem medidas de proteção extrema. Adotar a reclusão, só sair realmente quando for necessário e jamais deixar de fazer uso da máscara são as únicas formas de barrar a evolução da doença. Só assim vamos conseguir melhorar”, disse.

Adielma acredita que o aumento no número de casos também esteja relacionado à presença de uma nova cepa, além da falta de cuidado das pessoas. “Ainda não podemos dizer que essa nova cepa é mais agressiva. No entanto, o fato dela ser mais transmissível deixa a população mais suscetível a ter casos graves. Além disso, a gente também observa que a faixa etária dos casos graves diminuiu. Antes, víamos casos graves em pacientes de 60, 70, 75 anos, agora já acontece em pessoas de 34, 40 anos nas UTIs”, finalizou.

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