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Por Ari Rabinovitch e Steven Scheer – Repórteres da Reuters – JERUSALÉM
Reuters

O Ministério da Saúde de Israel disse no domingo (25) que está examinando um pequeno número de casos de inflamação cardíaca em pessoas que receberam a vacina da Pfizer contra a covid-19, embora não haja nenhuma conclusão a respeito até o momento.

A Pfizer disse que não observou incidência maior da doença do que o que seria normalmente esperado na população em geral.

O coordenador das ações de resposta à pandemia em Israel, Nachman Ash, disse que um estudo preliminar mostrou “dezenas de incidentes” de miocardite ocorrendo entre mais de 5 milhões de pessoas vacinadas, principalmente após a segunda dose.

Ash disse que não está claro se esse valor é alto e se está relacionado à vacina.

A maioria dos casos foi relatada entre pessoas de até 30 anos.

“O Ministério da Saúde está atualmente examinando se há um excesso de morbidade (incidência da doença) e se isso pode ser atribuído às vacinas”, disse Ash.

Ash, que falou sobre o assunto em uma entrevista de rádio e durante uma coletiva de imprensa, se referiu ao problema como um “ponto de interrogação” e enfatizou que o Ministério da Saúde ainda não tirou nenhuma conclusão disso.

Determinar uma ligação, disse ele, seria difícil porque a miocardite, uma condição que muitas vezes passa sem complicações, pode ser causada por uma variedade de vírus e um número semelhante de casos foi relatado em anos anteriores.

A Pfizer, questionada pela Reuters sobre o assunto, disse que está em contato regular com o Ministério da Saúde de Israel para revisar os dados a respeito de sua vacina.

A empresa disse que “está ciente das observações israelenses sobre miocardite que ocorreram predominantemente em uma população de homens jovens que receberam a vacina da Pfizer-BioNTech contra a covid-19”.

“Os eventos adversos são revisados regular e exaustivamente e não observamos uma incidência maior de miocardite do que seria o esperado na população em geral. Uma relação causal com a vacina não foi estabelecida”, disse a empresa.

“Não há evidências neste momento para concluir que a miocardite é um risco associado ao uso da vacina da Pfizer-BioNTech contra a covid-19”.

Israel tem sido um líder mundial na implementação de vacinação, com cerca de 60% de sua população de 9,3 milhões de pessoas tendo recebido o imunizante da Pfizer. Seu banco de dados nacional já demonstrou que a vacina é altamente eficaz na prevenção de sintomas e doenças graves associadas à covid-19.

Desde janeiro, logo após o início da campanha nacional de vacinação, o número de casos diários caiu de um pico de mais de 10 mil para 129 antes do fim de semana.

Nadav Davidovitch, diretor da escola de saúde pública da Universidade Ben Gurion de Israel, disse que mesmo se uma correlação entre os casos de miocardite e a vacina for estabelecida, não parece ser grave o suficiente para interromper a administração da vacina.

“É uma situação que deve ser investigada e precisamos esperar por um relatório final, mas em uma análise intermediária parece que o risco de adoecer com covid-19 é muito maior do que com os eventos adversos da vacina, e o risco de peri/miocardite após a vacina é baixo e temporário”, disse ele.

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