Salvador terá uma grande perda com o fechamento do Hotel Pestana! E ainda não sabemos o que mais pode vir de dificuldades para o setor hoteleiro baiano. Eu lamento essa situação e expresso minha indignação com as declarações do secretário de Turismo da Bahia, Nelson Pelegrino. Segundo ele, o fechamento do Pestana é inaceitável. Chegou a dizer que “Se o Pestana não quiser usar mais o equipamento, devemos, em um caso extremo, desapropriar e chamar um novo grupo econômico para assumir”. Lhe pergunto, secretário: Qual grupo vai se comprometer a assumir um empreendimento desse porte, em uma cidade que sequer tem um Centro de Convenções digno para a realização de grandes congressos e eventos? Como manter toda essa infraestrutura no período de baixa-estação?
Lembro que o ápice dos problemas do Centro de Convenções da Bahia, que marcou profundamente o trade turístico, negativamente, se deu durante um congresso de Medicina, com banheiros entupidos e mau cheiro. A entidade médica internacional distribuiu carta em repúdio às condições do CCB e, após isso, muitos congressos e feiras foram cancelados e desviados para outras cidades e países. Em março do ano passado, o pavilhão de feiras foi interditado com risco de desabamento da cobertura.
Então, secretário, ao longo da baixa-estação, quem vai ocupar os 430 apartamentos do hotel? É preciso ter mais humildade para reconhecer que o fechamento do Pestana é reflexo de um problema gerado pela degradação do Centro de Convenções, em que o Governo do Estado é o protagonista, da frustração com promessas do governo de linhas de crédito para reforma e restauração durante o período pré-Copa e, agora, da crise econômica nacional promovida pela instabilidade política e administrativa do governo federal. Em vez de assumir uma postura autoritária, porque não dialogar com representantes do setor de hotelaria e tirar do papel o projeto do CCB, importantíssimo para trade turístico? Por que não procurar o grupo Pestana ou outros grupos de investidores e articular uma solução como foi dada ao antigo Hotel da Bahia? Isso, sim, auxiliaria os empresários a manter os hotéis e a cidade a preservar sua vocação turística!
Quero, ainda, prestar minha solidariedade aos 43 funcionários que serão demitidos, e sorte aos 68 remanejados.