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Durante o aniversário da cantora Alcione, no último final de semana na quadra da Mangueira, Zona Norte do Rio, o padre Fábio de Melo recebeu o pedido de uma admiradora, a travesti Luana Muniz, para tirar uma foto com ele.

Ele atendeu prontamente, mas durante uma pregação na Canção Nova, em São Paulo, admitiu que sentiu um certo desconforto. No entanto, o padre afirmou que logo em seguida se comoveu ao saber da história de Luana, que pratica caridade com moradores de rua da Lapa, no Rio de Janeiro.

Fábio de Melo fala sobre foto com travesti

 “Semana passada eu vivi uma situação. A Alcione me convidou para estar no aniversário dela, lá na quadra da Mangueira… Fiquei lá por uma hora mais ou menos… Mas o que me chamou a atenção foi um travesti que estava lá. Posso confessar uma coisa para vocês? Quando eu vi, ele estava olhando para mim (pausa). E olha que eu não sei ficar sem graça… Mas sabe o que me ocorreu? Vou confessar publicamente a minha hipocrisia: ‘Meu Deus do céu, se esse rapaz pedir para tirar uma foto comigo? Como que eu vou reagir?’(pausa). Independente de qualquer julgamento, estou confessando a hipocrisia do meu coração naquela hora. Muitas pessoas começaram a se encorajar para tirar foto comigo. E ele (o travesti) lá do fundo olhando. Quando, de repente, eu só vi a sombra dele na minha direção, e o meu preconceito, o medo de me expor, tudo vindo à tona. Que coisa horrorosa isso em nós… Como se eu fosse melhor. Isso é mesquinho, é vergonhoso o que eu estou dizendo pra vocês”, desabafou.

“Aí ele veio, com um vestido longo e falou pra mim: ‘O senhor costuma tirar fotos com pecadoras?’. E eu percebi que tinha uma ironia ali. E eu respondi: mas é claro! E abracei ele e tiramos a foto. Antes de sair, ele disse: ‘eu não acredito que o senhor permitiu’. E os olhos dele estavam emocionados. Assim que ele saiu, Maria Helena, a irmã da Alcione, me contou a história. Ela disse que ele mora na Lapa e criou um grupo que alimenta e recolhe todos os miseráveis daquela região. Quando ela me contou aquela história, eu comecei a unir as coisas dentro de mim. Eu não entro no mérito da questão da vida que ele leva, vamos deixar que Deus faça isso. Não sou síndico da Eternidade. Agora, que é um tapa na cara da gente, é?”, completou.

CORREIO

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