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Há mais de 40 anos, Osmar Macedo – um dos precursores do Carnaval – compôs a canção instrumental intitulada “Taiane”, que foi gravada por inúmeros expoentes da Música Popular Brasileira, a exemplo de Gilberto Gil. Hoje, após tantas transformações no cenário musical baiano, o frevo de Osmar ainda alegra milhares de foliões que curtem o Carnaval de Salvador, e neste ano não será diferente. A Orquestra Fred Dantas, que propõe uma reflexão sobre o patrimônio cultural da Bahia em sua apresentação, trará esta canção no repertório do projeto Sexta Orquestrada, que ocorre nesta sexta-feira (9) carnavalesca, às 16h no Palco Multicultural (Terreiro de Jesus), no circuito Batatinha (Pelourinho).

Além da orquestra de Fred Dantas, subirão ao palco os conjuntos dos maestros Zeca Freitas, Paulo Primo, Sérgio Benutti e Hugo Sanbone. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura e cada uma das orquestras participantes receberá convidados especiais para abrilhantar ainda mais o evento. O ex-vocalista da banda Araketu e antigo compositor do bloco Ilê Aiyê, Dado Brazaville, será um dos nomes convidados que participará do grande baile.

O cantor Zé Honório vai se apresentar ao lado de Hugo Sanbone, trazendo sucessos da década de 1980. Já a orquestra de Zeca Freitas receberá o cantor internacional Ramiro Naka. O compositor Gerônimo Santana também fará parte da festa acompanhando a orquestra de Paulo Primo. A cantora Laurinha Arantes, primeira mulher a puxar o bloco de Carnaval em Salvador, será homenageada por Sérgio Benutti.

Para o maestro Fred Dantas, as orquestras vêm se renovando e voltando a reassumir o papel de protagonismo que sempre ocuparam na história do Carnaval. “A Prefeitura vem tendo esta atitude desde 2015, primeiro abrindo o Carnaval com o Axé Orquestrado, que foi um sucesso e reuniu milhares de pessoas, um dos maiores públicos que já vi na minha vida. Depois, no ano passado, com as quatro maestrinas regendo uma mesma orquestra. Essas duas decisões anteriores provaram uma coisa: que a sonoridade que vinha ficando feia com as orquestras antigas era o reflexo do abandono a que elas foram relegadas”, afirmou.

Do Foxtrote dos anos 20 ao Axé dos anos 90, o maestro Fred Dantas discorreu sobre como os ritmos foram sendo representados e moldando a sociedade ao longo dos tempos. Por entender a relação de proximidade e pertencimento do baiano, em específico com a axé music, quatro das orquestras que irão se apresentar no projeto, segundo Dantas, trarão faixas do patrimônio musical baiano. Entre as canções escolhidas pelo maestro para compor o repertório estão sucessos como: “ABC do Negão”, “Fogo, Justiça e Amor”, “Cabelo Raspadinho” e “Terra Festeira”, além das canções clássicas como “Jardineira”, “Vassourinhas” e “Corre-Corre Lambretinha”.

Dantas destacou que a movimentação de aproximar as orquestras do povo é benéfica para todos, além de valorizar e fomentar o trabalho que vem sendo desenvolvido há muito tempo por diversos maestros na cidade. “Vejo como uma coisa boa, mas não como generosidade. Em outros estados e países, cada lugar procura proteger o seu legado, o que foi contribuído com o esforço dos que passaram. É a questão da Bahia deixar de ser antropofágica e voltar a valorizar o que ela tem. É uma justiça que tem que ser feita”, declarou o músico.

O projeto Sexta Orquestrada tem direção musical do maestro Paulo Primo e a expectativa é que sejam atraídos para evento mais de 15 mil foliões. Serão seis horas de música e baile no Pelourinho. No domingo (11), as orquestras se apresentam nos bairros de Itapuã (Fred Dantas), Periperi (Sérgio Benutti), Liberdade (Zeca Freitas) e Boba do Rio (Paulo Primo).

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