O goleiro Jackson Follmann implorou por sua vida ao ser socorrido pela Defesa Civil da Colômbia, nesta terça-feira (29), nos destroços do avião que caiu com o time da Chapecoense. “Não me deixe morrer… não sinto as pernas, não me deixe morrer”, pediu ele a Gloria Ramírez, que fazia parte da equipe de socorro. O jogador foi encontrado preso entre poltronas e pedaços da fuselagem do avião. A queda da aeronave deixou, no total, 71 mortos.
Goleiro reserva foi um dos sobreviventes da tragédia |
Jackson foi um dos primeiros a ser socorrido – ainda era noite de segunda em La Unión, local do acidente, a cerca de uma hora e meia de carro de Medellín. Ele estava na parte traseira do avião e seus gemidos de dor fizeram com que fosse localizado. No hospital, o goleiro teve a perna direita amputada. “É um milagre que estejam vivos”, disse Jorge Restrepo, um dos socorristas voluntários, à revista Época.
Os socorristas, no escuro, a princípio só enxergavam as peças brancas da fuselagem. Começaram a trabalhar a luz de lanternas. Depois, chegaram refletores de grande intensidade de Medellín. Camilo Tobón, bombeiro que chegou no início do resgate, contou que não havia indícios de que o avião pudesse pegar fogo e explodir, o que “deu mais tranquilidade para poder trabalhar”.
O resgate foi suspenso por volta das 3h, por conta da neblina e chuva. Quando as condições melhoraram, antes do amanhecer, os trabalhos foram retomados. Helicópteros da Força Aérea Colombiana levaram os corpos até o aeroporto local, onde acontece processo de identificação por parte de familiares e amigos.
Uma das sobreviventes, a comissária de bordo Ximena Suárez, chegou à Clínica Somer de Rionegro com mutilações e ferimentos, mas consciente. Ela contou que se lembrou das luzes falhando no avião antes do acidente. Também sobreviveram o tripulante Erwin Tumiri, os jogadores Alan Rushel, Hélio Hermito Neto e Follmann e o jornalista Rafael Henzel.
Correio