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o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que vai “destruir totalmente” a Coreia do Norte, caso não tenha outra escolha, em seu primeiro discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira (19).

Trump, que chamou o regime de Kim Jong-Un de “depravado”, afirmou também que “é hora de Coreia do Norte aceitar que a desnuclearização é o único futuro possível”. Ele também agradeceu à China e à Rússia por terem votado a favor da impor sanções contra o regime, após um teste nuclear realizado no mês de setembro.

Trump ainda afirmou que a comunidade internacional deve “fazer mais” contra a Coreia do Norte. “É hora de as nações trabalhem juntas para isolar o regime de Kim até que ele cesse seu comportamento hostil”, afirmou, chamando o comportamento de Kim de “missão suicida”.

Em sua fala, que durou 41 minutos, Trump disse que o desenvolvimento de mísseis balísticos e armas nucleares por parte da Coreia do Norte “ameaça o mundo todo”.

Em uma crítica velada à China, o presidente disse: “é um ultraje que algumas nações não só façam comércio com esse regime, mas forneçam armas, suprimentos e apoio financeiro a um país que põe o mundo em risco”.

De acordo com informações da Reuters, apenas um diplomata da delegação norte-coreana ficou dentro da sala enquanto Trump fazia seu discurso. Ja Song Nam, embaixador da Coreia do Norte na ONU, foi visto saindo do local antes da fala do líder norte-americano.

A delegação da Coreia do Norte ainda não respondeu a uma solicitação da Reuters para que comente a fala de Trump a respeito do país.

Interesses Nacionais
Em sua fala, Trump também foi categórico ao dizer que vai defender os interesses dos Estados Unidos acima de tudo.
“Eu vou sempre colocar a América primeiro. Assim como vocês, líderes de seus países, devem sempre colocar seus países em primeiro lugar”.
“Todos os líderes têm a obrigação de servir os seus cidadãos”, afirmou, pedindo que os países-membro da ONU trabalhem em conjunto e em harmonia, mas enfatizando que os Estados Unidos não vão permitir que outros “tirem vantagem” do país.
‘America first’
Conforme o que foi adiantado pela Casa Branca, o discurso de Trump marca sua mais recente tentativa de expor sua visão “América Primeiro” – em contraste ao multilateralismo defendido pela ONU.
A fala de Trump defende uma política externa norte-americana focada em reduzir burocracias globais, baseando alianças em interesses compartilhados e desviando Washington de exercícios de construção de Estados no exterior.

O mandatário enfatizou, em sua fala, os tempos “perigosos” e as novas ameaças que o mundo vive, ao afirmar que os terroristas e extremistas chegaram a todos os cantos do planeta.
Trump também fez uma crítica aos regimes “desonestos”, que apoiam terrorismo e ameaçam outros países, sem mencionar diretamente nenhuma nação. “Nações soberanas permitem que as pessoas tenham controle do seu próprio destino”.

Após o seu discurso, Trump tem um encontro com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e também com o Emir do Qatar – país que vem sofrendo um intenso embargo de vizinhos do Oriente Médio, por supostamente apoiar grupos terroristas.
Crítico
Trump criticou a ONU em diversas ocasiões, especialmente durante sua campanha eleitoral. “Onde se vê as Nações Unidas? Alguma vez consertaram algo? É só como um jogo político”, disparou Trump em um comício no ano passado. O republicano também é contrário ao “tratamento que a ONU destina a Israel”, especialmente no caso de assentamentos.
Já como presidente eleito, ele defende uma reforma no sistema da organização, com o objetivo central de reduzir a contribuição norte-americana para a ONU, e não deixou de falar disso em seu discurso, chamando de “injusto” o financiamento do organismo.
Os Estados Unidos são o principal financiador da ONU, criada no final da Segunda Guerra Mundial, mas Trump ameaça reduzir drasticamente esses fundos. Hoje, os EUA contribuem com 28,5% do orçamento das operações de paz, de US$ 7,3 bilhões, e com 22% dos US$ 5,4 bilhões do orçamento que mantém a organização funcionando.
Para o secretário-geral da ONU, a medida criaria “um problema insolúvel” para a instituição.
Segundo alguns diplomatas, por exemplo, uma redução pela metade do orçamento do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), que depende em 40% da contribuição americana, ficaria inoperante.

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