O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Bahia fechou questão e vai apoiar integralmente a candidatura de Vera Lúcia Barbosa, Lucinha do MST (Optei-EPS), para a presidência do PT estadual. Em manifesto, divulgado esta semana aos militantes, o MST amplia a crítica ao cenário político atual e defende maior participação dos movimentos, sindicatos, frentes e grupos que lutam pela democracia, pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contra os retrocessos do governo Bolsonaro. “Queremos convocar toda militância do campo popular para contribuir no debate e participar na organização do Processo de Eleições Diretas [PED] do PT. Compreendemos que é vital que tenhamos um partido mais forte, de luta e comprometido com as lutas do nosso povo”, aponta trecho do manifesto assinado por Lucinéia Durães (Liu) e Evanildo Costa, ambos da direção nacional do MST.
No documento, o movimento frisa que é preciso um partido que tenha em seu horizonte a organização da base, que contribua na disputa ideológica e organize a luta popular com a mesma preocupação e intensidade que há na disputa eleitoral e institucional. O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), oriundo do MST, defende a posição dos trabalhadores rurais. “O MST tem uma história de luta ao lado do PT. Seu surgimento se confunde com o do partido. É fundamental a participação do movimento nas decisões do partido. E Lucinha, sem dúvida, representa esse momento de mudança que o PT precisa para seguir lutando por reforma agrária, por Lula livre e contra as medidas retrógradas desse governo de Bolsonaro”, diz Assunção. Ele completa dizendo que a pauta histórica do MST é a reforma agrária popular, “mas ela só é possível diante de um cenário democrático”.
“Afirmamos que, na Bahia, a nossa chapa para o PED de 2019 é a Optei, liderada tanto por Valmir quanto por Lucinha. Apesar de termos como referência dois grandes militantes Sem Terra, essa não é uma chapa do MST. É uma chapa de pretos, LGBTs, mulheres, camponeses, jovens, do povo terreiro, dos educadores, dos sindicatos. É uma chapa dos que acreditam que esse partido pode ser um instrumento de luta e de massas, por isso requer o envolvimento de todos e todas nesse PED”, frisam os dirigentes Liu e Evanildo. O MST lembra que nesses 32 anos, muitos companheiros tombaram. “Eles contribuíram nessa estratégia e poderiam estar conosco. Nossa lembrança especial ao Marcinho [Márcio Matos], por seu compromisso e lealdade ao projeto de emancipação do povo baiano e brasileiro”.