“Pintando e Encantando” foi o tema da 10ª Mostra de Arte do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Baronesa de Sauípe, localizado na Cidade Baixa (GRE Liberdade/Cidade Baixa), realizada nesta semana. O evento retratou a história da unidade escolar, que existe há 85 anos, e os trabalhos de artes dos alunos que estudaram as diversas vertentes das artes plásticas, a exemplo do expressionismo abstrato de Jackson Pollock, do modernismo de Tarsila do Amaral e do neo-realismo de Cândido Portinari.
Segundo a diretora Plautila Souza Neves, essa mostra foi construída por meio de pesquisas em sala de aula, que resultou no resgate histórico da trajetória do Cmei, através de relatos e fotografias. As crianças trabalharam também a pesquisa em Artes e a produção de releituras de obras de ícones da pintura mundial, utilizando técnicas como desenho, modelagem, colagem, entre outras. A mostra foi dividida em quatro turmas, cada uma expondo o trabalho de um artista plástico com as suas obras juntamente com o material produzido pelos alunos. Coloridos e muito criativos, as produções deram um toque especial à mostra, revelando o talento e o olhar dos pequenos sobre obras dos artistas Carybé, Edmar Fernandes, Vicky Muniz, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Pollock, Aldemir Martins e Claudio Tozzi.
No auditório foram expostos livros, fotografias e objetos que contam a história da escola, desde recortes de jornais de 1935, de quando a unidade era um jardim de infância a fotografias. Também foi retratada a vida de Angelina de Assis – educadora que se destacou no cenário educacional e cuja trajetória foi retratada na Coleção Educadoras Baianas, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e que atuou na escola desde 1935, como professora regente, passando a diretora em 1948. “Sua atuação e dedicação tornou a Baronesa de Sauípe uma referência da educação, atraindo especialistas do mundo todo para conhecer o trabalho em educação infantil desenvolvido aqui, por Angelina de Assis”, conta Plautila Neves.
Ex-alunos – A exposição mostrou também estudantes que passaram pela instituição, como o músico Aroldo Macêdo, filho de Osmar Macêdo (músico e idealizador do trio elétrico). A diretora conta que o hino da escola foi composto por Aroldo Macêdo, que utilizou frases feitas pelos alunos. Outro aluno da unidade foi o médico, poeta e cronista Aramis Ribeiro Costa, autor do livro “Memórias de Itapagipe- anos 50 do século XX” exposto na mostra. Foram exibidos documentos com depoimento da escritora baiana Betty Coelho, que foi professora da escola, e relatos de vários ex-alunos, que guardam a escola com grande carinho na lembrança.
O servidor público Renato Souza Araújo, de 49 anos, esteve presente no evento e contou que estudou cinco anos na Baronesa de Sauípe. Hoje tem um filho que estuda na unidade. “Eu estou me revendo, pois fui aluno daqui quando tinha 5 anos e hoje meu filho estuda aqui. Fico feliz porque a escola não mudou em qualidade de ensino e aprendizagem. Os professores tem muita competência e qualificação, se interessam, se importam com as crianças. Ver meu filho se desenvolvendo é muito importante. Eu até trouxe minha contribuição para a mostra, que foi a toalhinha com meu nome de quando passei por aqui. Estou emocionado em ver meu filho fazer tudo aquilo que um dia eu fiz nessa escola”.
A dona de casa Juliana Cruz, mãe de Sofia, do 2º ano, participa sempre das mostras da escola. “Acho maravilhoso ver como as crianças evoluem aqui. Tenho duas filhas, uma já estudou aqui e agora a outra também está nessa escola. O aprendizado dela está ótimo e ela é muito feliz” ressaltou ela. Outro momento importante da mostra foi a grafitagem feita no muro da escola por três grafiteiros da região – Bigod, Prisk e Julio -, convidados pela direção escolar para fazer parte desse trabalho. A ideia foi reproduzir os desenhos escolares. O trabalho foi acompanhado de perto pelos alunos, que fizeram questão de dar contribuições e opiniões para a confecção das pinturas.