Os ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) feitos ao sistema eleitoral brasileiro, ao que tudo indica, não passarão em brancas nuvens, após o mandatário receber um recado, justamente, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, tem sinalizado a interlocutores que dedicará energia às investigações contra o liberal e seus aliados por ataques sem provas ao sistema eleitoral. De acordo com o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, no limite, as apurações podem tornar Bolsonaro inelegível.
O magistrado do TSE chamou a atenção, nesta semana, durante a cerimônia de diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, uma frase foi captada pelos microfones da Corte e acabou sendo alvo de críticas por parte dos apoiadores de Bolsonaro.
“Missão dada é missão cumprida”, falou Benedito ao presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes (veja vídeo abaixo). A fala foi amplamente replicada em perfis de apoiadores de Jair Bolsonaro nas redes sociais.
Avanço
No TSE, a avaliação é que o último corregedor-geral, ministro Mauro Campbell, não investiu o tempo necessário a esses processos, o que fez com que pouco avançassem. Campbell ficou no posto de novembro do ano passado até setembro de 2022.
O antecessor dele, Luis Felipe Salomão, mandou desmonetizar páginas bolsonaristas e, além disso, pediu que o STF compartilhasse provas do inquérito das fake news, que tem entre os alvos Bolsonaro e aliados próximos.
Na última quarta-feira (14), Benedito Gonçalves abriu investigações contra Bolsonaro e aliados por ataques às eleições e concessão ilegal de benefícios durante a campanha presidencial.
Entre os investigados estão o vice na chapa do presidente, o general Walter Braga Netto, e dois filhos de Bolsonaro: o senador Flávio Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro. O grupo terá de se explicar ao tribunal até a próxima semana.