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A pandemia do Coronavírus alterou completamente a rotina das pessoas. E, claro, consultas, exames, cirurgias e tratamentos de saúde foram cancelados como consequência das recomendações de isolamento social, mas, sobretudo, pelo receio de os indivíduos se contaminarem ao frequentarem as instituições médicas. Um alerta, porém, vem sendo dado pelos profissionais que atuam na área: não é hora de abandonar o cuidado com a saúde.

A orientação vem do Ministério da Saúde, de especialistas e também de representantes de entidades médicas, como da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde da Bahia (AHSEB), cujo presidente, Mauro Duran Adan, reforça que é preciso confiar no preparo dessas instituições no enfrentamento da Covid-19. “As instituições de saúde estão em consonância com as requisitos e protocolos de segurança, incluindo o uso de EPIs por todos os profissionais, além de álcool em gel ao dispor dos pacientes”.

Adan realça que, tão importante quanto evitar a contaminação, é cada indivíduo estar atento ao acompanhamento do seu quadro de saúde. “Não é hora de abandonar os tratamentos, principalmente pessoas que correm o risco de terem suas patologias agravadas, como pacientes hipertensos, oncológicos, diabéticos e cardíacos”.

O presidente da AHSEB realça que todos os esforços devem ser no sentido de evitar que esse paciente venha a precisar frequentar uma emergência médica ou ocupar leitos de alta complexidade, que têm como prioridade as vítimas do Coronavírus.

Sustentabilidade das clínicas – Se por um lado, os indivíduos estão adiando seus atendimentos e cirurgias eletivas, aquelas que podem ser programadas, por outro esse quadro sinaliza para a falta de saúde econômica das instituições médicas. “A suspensão de cirurgias eletivas, por exemplo, tem afetado demais o movimento nas clínicas, hospitais, laboratórios, clínicas de imagem, clínicas de oncologia, que têm apresentado uma taxa de ocupação de 20% a 30%, quando a capacidade de atendimento é muito acima disso”, informa Adan.

Nesse contexto, as instituições se deparam com duas responsabilidades, a de se manterem prontas para receber pacientes e realizar seus procedimentos e a de honrar com seus compromissos financeiros, mantendo equipes muitas vezes numerosa, formada por profissionais qualificados, o que incide numa folha de pagamento onerosa”, comenta Adan.

Se a taxa de movimento de 20% a 30% persistir, Adan faz duas previsões muito ruins para o setor de saúde. Uma é o processo de demissão, visto que as instituições trabalham com custo fixo alto. Outra é que elas podem vir a ficar muito fragilizadas e até fecharem as portas. “Na sequência da pandemia, isso causaria um desabastecimento de instituições de saúde que possam oferecer assistência médica aos baianos”, aponta o presidente da AHSEB.

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