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Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil

A escola de samba Estação Primeira de Mangueira escolheu, na madrugada de hoje (14), seu samba enredo para o carnaval de 2019. A letra faz uma homenagem à Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada a tiros no dia 14 de março no Rio, junto com o motorista Anderson Gomes. A escolha do samba ocorreu na quadra na escola, na zona norte da cidade.

O enredo da escola – História pra ninar gente grande – tem como tema a “história que a história não conta” e o samba Eu quero um Brasil que não está no retrato. No refrão, o nome da vereadora é citado: “Brasil, chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês”.

Em postagem no Facebook, um dos autores da música, Tomaz Miranda, postou a frase “Fomos campeões na Mangueira. Pela memória de Marielle e Anderson e toda luta que ainda virá. São verde e rosa as multidões”.

Placas
Hoje – dia que marca os sete meses da morte de Marielle – em ato na Cinelândia, no centro da cidade, foram distribuídas mil placas em sua homenagem. A campanha para a confecção das placas foi lançada pelo site de humor Sensacionalista depois que dois candidatos a deputado estadual pelo PSL destruíram o adesivo colado na placa que identifica a Praça Floriano. A colagem mudava informalmente o nome do logradouro para Rua Marielle Franco.

O ato – em estilo flashmob (mobilização pela internet) – reuniu mais de mil pessoas na Cinelândia. A arrecadação virtual pelo site Catarse estipulou inicialmente o valor de R$ 2 mil reais para a confecção de 100 placas, mas a vaquinha chegou a R$ 42.333, com 1.691 apoiadores, e foram feitas mil placas de plástico. A distribuição começou por volta de 13h e, em meia hora, as placas já haviam acabado.

Após a distribuição, as pessoas formaram a palavra Marielle com as placas levantadas. A viúva da vereadora, Mônica Benício, colou uma delas sobre a placa da Praça Floriano, retirando a homenagem em seguida.

Emocionada, a mãe de Marielle, Marinete Silva, ressaltou que mobilizações deste tipo mantêm vivas as causas defendidas pela filha. “Eu achei lindo. Quando chegamos aqui já tinha uma fila enorme. É muito gratificante, é um dia de muita dor, de muita tristeza, mas vamos resistir. Cada dia que um público vem se manifestar em memória da minha filha, é saber que ela existe e que vai continuar existindo. E resistindo também, a gente precisa, nos fortalece bastante”.

A irmã de Marielle, Anielle Franco, reforçou a importância de atos para manter viva sua memória e seu legado. “Eu acho que mostra um pouco da nossa força, da nossa resistência. Eles ficam tentando nos calar. Mas vamos resistir enquanto a gente puder”.

A artista Carol Aniceto disse que a campanha é um direito de resposta aos atos de intolerância praticados no país. “A intenção é manter o legado de Marielle e dar uma resposta aos fascistas que, de maneira desrespeitosa, troglodita e antidemocrática, quebraram a placa em homenagem a ela.”

A pesquisadora da Fiocruz aposentada Fernanda Carneiro não conseguiu uma placa, mas fez questão de comparecer à homenagem. “Eu soube pelas redes sociais. Achei uma explosão, a Marielle é uma explosão de paz, onde está a Marielle está todo mundo comovido, consternado e revoltado com o desrespeito que está vingando no Brasil”.

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