A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) cobrou da Petrobrás uma posição para a retomada das obras do Estaleiro do Paraguaçu, na cidade de Maragojipe, no Recôncavo Baiano. Em visita ao município de Salinas da Margarida, neste domingo (27), a parlamentar disse que a estatal precisa definir a situação em favor do povo da Bahia, concluindo a construção do estaleiro que fabricará sondas de perfuração e produção, reparos navais, navios de alta especialização, bem como o processamento de 72 mil toneladas de aço por ano.
O projeto foi interrompido em fevereiro deste ano com 82% das obras concluídas e ocasionou o desligamento de cerca de 7 mil trabalhadores, 70% deles moradores da Bahia. Destes, mais de 2 mil são da própria Maragojipe, no Recôncavo Baiano. “É um prejuízo econômico e social de grandes dimensões. Além dos trabalhadores demitidos, há também as centenas de pessoas que investiram em pequenos empreendimentos e que hoje não têm perspectivas e pouca esperança. Somente em Maragojipe, a prefeitura perdeu R$ 1,3 milhão em arrecadação”, afirmou Lídice da Mata.
Cerca de R$ 2,7 bilhões de um total de R$ 3,2 bilhões, já foram investidos na planta do estaleiro, que atingiu um pico de 7,4 mil trabalhadores atuando na sua construção.
Entenda o impasse – O Enseada Indústria Naval (EIN) aguarda que a Petrobrás reafirme com a Sete Brasil o contrato de contratação de navios sonda para a exploração do Pré-Sal. Inicialmente, o contrato previa a produção de 28 unidades junto a cinco estaleiros no país. A planta da Bahia executaria seis.
Com a redução, o EIN ficaria responsável pela produção de quatro sondas, mas para isso aguarda que o governo federal autorize uma negociação direta da Kawasaki, que capitaneará um grupo de investidores, e a Petrobrás.
Entretanto, a Sete Brasil ainda precisa quitar os compromissos assumidos com a EIN para a construção das sondas Ondina e Pituba. O montante chega a R$ 1,2 bilhão. Há ainda a previsão da liberação de R$ 600 milhões do Fundo da Marinha Mercante, através da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, por conta da falta da garantia do contrato de produção de sondas.