O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa), realizado entre os dias 04 e 07 de abril, apontou que o Índice de Infestação Predial (IIP) em Salvador passou de 1,5% (janeiro/2017) para 3,1%, ou seja, a cada 100 imóveis visitados, três apresentaram focos do mosquito. O estudo revelou ainda que os depósitos preferenciais estão dentro dos domicílios como baldes, tonéis e outros recipientes utilizados para armazenamento de água.
De acordo com doutora Isabel Guimarães, coordenadora de Vigilância à Saúde, a intermitência no abastecimento de água que acomete a capital nos últimos meses pode ser um dos fatores determinantes para o aumento do indicador. ” Vários fatores contribuem para o aumento do indicador nesta época do ano. As condições climáticas com chuvas e forte calor facilita a reprodução dos mosquitos. Outro fator a ser considerado é o armazenamento de água em depósitos a nível de solo, local onde as equipes de campo mais encontram focos do Aedes aegypti, sendo que esta situação está ligada a intermitência no fornecimento de água. Naturalmente, quando não há um fornecimento regular de água nas residências as pessoas buscam se organizar através do armazenamento em recipientes, que são prato cheio para proliferação do vetor se não estiverem devidamente tampados ou cobertos”, explicou.
Atividades de campo – Para o enfrentamento das arboviroses, a Prefeitura da capital baiana retomou no início do mês os “faxinaços” por toda a cidade com o objetivo de eliminar focos e criadouros dos vetores. “Estamos mantendo as ações de rotina como os mutirões de limpeza nos bairros prioritários, em parceria com a Limpurb. Nessa mobilização, intensificamos as visitas casa a casa, além de trabalhos de manejo ambiental, limpeza, remoção e descarte de lixo ou quaisquer outros materiais que possam se tornar criadouros nessas localidades”, afirmou doutora Isabel.
Casos das doenças –Apesar do aumento da infestação, Salvador tem apresentado queda acentuada no número de casos confirmados de dengue, zika vírus e chikungunya. Os dados apontam para a eficácia das estratégias aplicadas pelo município no controle da infestação pelo mosquito Aedes aegypti – que também é responsável pela transmissão do vírus da febre amarela, embora até agora só haja registros em micos e macacos – nos 12 distritos sanitários da capital baiana. Entre janeiro e abril deste ano, 116 casos de dengue foram confirmados. O número é cinco vezes menor que o do primeiro quadrimestre de 2016, quando 626 pessoas tiveram diagnóstico positivo. Em relação à chikungunya, o registro foi sete vezes menor, com 11 infectados até abril contra 79 no ano anterior. Já o número de pacientes com zika vírus chegou a 15 – menos da metade do que foi computado em 2016, quando 32 pessoas apresentaram sintomas da doença nos meses de janeiro a abril.