A Lavagem de Itapuã, que ocorre sempre na última quinta-feira antes do Carnaval, aconteceu na quinta-feira (9), e tomou as ruas do bairro. Com apoio da Prefeitura, a celebração, que começou com o Bando Anunciador ainda na alvorada, voltou trazendo o brilho característico da festa, com o sol a pino recepcionando a todos que participavam do evento. Por volta das 11h, o cortejo com as baianas, a baleia e as atrações musicais saiu da praça de Piatã em direção à Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Itapuã, onde chegou por volta das 12h30.
Um dos organizadores da lavagem, nascido e criado no bairro, Itajaci Gomes, de 47 anos, há 32 faz parte da comissão e não escondia a emoção de ver o retorno dos festejos. “A expectativa é das melhores, trabalhamos para fazer o melhor pela lavagem e pela comunidade. Hoje, temos 16 agremiações participando e foi bem maior que nos anos anteriores. Com a lavagem, saudamos o nosso bairro e, depois de dois anos, matar essa saudade, é bom demais”.
Nascida em Salvador, mas residindo em Portugal, a jornalista Valéria Íbalo, de 42 anos, estava acompanhada da mãe Antônia, de 63 e da filha Ísis, de três anos. “Estamos aproveitando o Verão aqui e vim por minha mãe, que é devota de Nossa Senhora da Conceição. Somos moradoras de Itapuã e resolvi trazer a pequena para ver um pouco. Eu amo Salvador, aqui é meu país, minha terra, e a energia é demais. A festa está de arrepiar, sou só sorrisos, e só estou enxergando coisas boas”.
Responsável pela Baleia Rosa, Cristiano Loureiro mantém a tradição criada pelo pai, João, e não escondia a emoção em colocar a tradicional figura para desfilar nas ruas do bairro. Mesmo na pandemia, ele não deixou de fazer sua homenagem, mas confessou que a volta da população e dos festejos o deixou muito feliz.
“Neste ano, estamos homenageando a Viradouro, que nos homenageou em 2020, e também o ex-jogador Biriba, campeão em 1959 pelo Bahia e que é um orgulho para nós. Já chorei aqui, ao ver o povo de volta nas ruas, é uma festa linda de se ver”, declarou.
Além do cortejo das baianas e da Baleia, a lavagem contou ainda com a presença de outras entidades, a exemplo do Malê Debalê, a Organização de Lideranças da Bahia, o Bloquinho de Itapuã e a Escola de Samba Unidos de Itapuã. A festa acontece há mais de um século, desde 1905.
Serviços – Para dar mais conforto aos frequentadores da festa, a Prefeitura montou um esquema especial de serviços, que envolveu o ordenamento do trânsito, transporte e comércio ambulante, além de limpeza, atendimento à saúde, salvamento marítimo, proteção ao patrimônio público e fiscalização de estabelecimentos e de poluição sonora. Até as 17h desta quinta (9), a festa era considerada tranquila pelos órgãos municipais.