O empresário Joesley Batista, um dos sócios do grupo J&F, e Ricardo Saud, executivo do grupo, decidiram ficar calados durante interrogatório na tarde desta quinta-feira (14) na superintendência da Polícia Federal.
Os dois tiveram a prisão temporária (por cinco dias) decretada na semana passada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). O prazo da prisão temporária termina nesta quinta. A decisão sobre um eventual pedido de prorrogação será tomada por Fachin.
Mas mesmo que a temporária não seja prorrogada, Joesley Batista continuará preso em razão de uma decisão da Justiça Federal de São Paulo, que decretou a prisão preventiva (sem prazo determinado) do empresário em uma investigação sobre uso de informações privilegiadas para obter lucro indevidamente no mercado financeiro. Nessa hipótese, ele será transferido para São Paulo pela PF. No caso de Saud, se não houver a prorrogação da prisão, ele será libertado.
A Polícia Federal pretendia ouvir os dois no inquérito instaurado por determinação da ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, para apurar a veracidade do conteúdo de conversa gravada entre dois em que mencionam ministros do Supremo.
O advogado de Joesley e Saud, Antonio Carlos Castro Machado, o Kakay, afirmou que eles ficaram calados em razão da iminência de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir a retirada dos benefícios do acordo de delação premiada.
Pelo acordo, os dois, delatores da Operação Lava Jato, ganhariam imunidade, isto é, a garantia de que, em troca das informações que forneceram, não seriam presos.
Fonte: G1