Com a força da língua falada nos terreiros das religiões de matriz africana e as expressões que são de uso comum no dia a dia do baiano, o vereador Edvaldo Brito (PSD) propôs Projeto de Lei para tornar o Iorubá patrimônio imaterial da capital baiana. Projeto semelhante já se tornou lei no Rio de Janeiro, que saiu na frente com essa proposta em 2017. “Deve-se destacar que o idioma há muito migrou das práticas religiosas para o cotidiano da comunicação do povo da Bahia, com incontáveis expressões incorporadas aos nossos costumes”, enfatiza o vereador, legítimo representante dos 82% da população soteropolitana descendentes de africanos. As primeiras noções dos valores da civilização africano-brasileira, Brito as recebeu da sua mãe Edite e da sua tia, a lendária Mãe Bida de Yemanjá, que migrou para o Rio de Janeiro cedo, onde professou a religião por décadas. O projeto agora vai para as comissões, até chegar ao plenário para a apreciação dos vereadores. “Certamente deve ser aprovado com louvor, pois nós, baianos, devemos valorizar a nossa cultura e exaltar o que temos de melhor e que nos diferencia de todo o mundo, fazendo de Salvador uma cidade ímpar, a Roma Negra mãe de todos, exaltando um idioma que hoje é falado por mais de 30 milhões de nagôs na África Ocidental”, concluiu Brito.