Da Agência Brasil
Impedido por uma multidão de apoiadores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou deixar a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), por volta das 17h30. Ele chegou a entrar em um carro com o advogado Cristiano Zanin, mas o veículo foi cercado por centenas de pessoas que impediram o veículo de sair. Desde então, integrantes do PT negociam com os manifestantes a saída do ex-presidente.
Por volta das 18h, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), pediu à multidão que liberasse a saída do ex-presidente. “Eu, mais do que ninguém aqui, queria que o Lula ficasse livre. Agora, não depende da nossa vontade”, disse ela ao microfone. Segundo a senadora, a Polícia Federal deu prazo de meia hora para que o ex-presidente deixe o local.
Ao microfone, ela disse que a decisão seria tomada de forma conjunta, mas que o fato de Lula não se apresentar aos policiais pode resultar em consequências jurídicas para Lula, como a prisão preventiva, que impediria Lula de conseguir um habeas corpus. “Tenho que dividir isso com vocês. Vocês precisam saber o que vai acontecer”, disse ela, ao microfone.
“Eu quero a liberdade de Lula. Mas tenho que acumular força na luta. A Polícia Federal nos deu meia hora para resolvermos. Se não resolvermos, é Lula o responsabilizado”, disse ela.
João Paulo Rodrigues, do MST, também subiu no caminhão, alertando que outro problema seria o fato de que o secretário de segurança de São Paulo, Magino Barbosa, de enviar a tropa de choque para o local, o que, segundo ele, poderia causar tumulto e violência.
Ao pedir a colaboração de todos, Gleisi chegou a dizer que é Lula “quem vai sofrer as consequências” se não se entregar à Polícia Federal (PF).
Além de Gleisi e Boulos, o presidente estadual do PT em São Paulo, Luiz Marinho, e o ex-ministro Gilberto Carvalho também fizeram apelos à multidão.
Segundo João Paulo, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o ex-presidente vai se apresentar aos policiais. “A posição política do presidente Lula é de se apresentar à Polícia Federal neste momento”, afirmou.
Lula está na sede do sindicato desde quinta-feira (5) à noite, quando foi expedida a ordem de prisão pelo juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância. De mãos dadas, os manifestantes cercaram o prédio do sindicato. Helicópteros sobrevoam o prédio.