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A comunidade da Avenida Pereira, no Lobato, região do Subúrbio Ferroviário, foi contemplada com uma geomanta de 2 mil m². Com investimento de R$282 mil, a proteção traz segurança para as 138 famílias que vivem próximo à encosta, impedindo que deslizamentos de terra ocorram, sobretudo em dias de chuva. A obra foi inaugurada em ato simbólico pelo prefeito Bruno Reis, nesta quarta-feira (21), acompanhado da vice-prefeita Ana Paula Matos e do diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Sosthenes Macêdo.

“Já são mais de 200 áreas que adotamos a tecnologia da geomanta que, apesar de não ser uma solução definitiva, protege a encosta e traz segurança e tranquilidade aos moradores do entorno. Neste mês, a cidade já chegou a acumular 450 mm de chuvas. Um volume muito alto já que a previsão para abril todo era de 290 mm. Mas, graças a esse trabalho permanente que fazemos, principalmente na proteção das áreas de risco, temos preservado vidas”, destacou o prefeito.

De 2013 para cá, acrescentou o chefe do Executivo municipal, cerca de 320 áreas de risco já foram alcançadas com intervenções municipais – isto é pouco mais de um terço dos 1 mil locais vulneráveis identificados pelo IBGE.

“Ao longo dos anos vamos tendo a constatação de que a cidade de hoje está muito mais preparada do que no passado. Não estamos imunes aos problemas, porém, num período como este e, diante da intensidade das chuvas, com certeza já teríamos tido vítimas. Temos obras em execução tanto definitivas, com tecnologia de cortina atirantada e solo grampeado, como geomantas. Vamos continuar avançando na elaboração de projetos e orçamentos para tornar Salvador mais segura”, afirmou Bruno Reis.

Processo – Antes da aplicação da geomanta na Avenida Pereira, técnicos da Codesal identificaram pontos de deslizamento no local, onde existem imóveis localizados na base e na crista da encosta, com risco de acidente, indicando a necessidade da estrutura e do projeto de drenagem.

O processo de instalação da proteção começou com limpeza e remoção de materiais como vegetação, lixo, restos de obra e revestimento solto. Em seguida, foi feita a aplicação do material formado por um composto de PVC e geotêxtil, com posterior revestimento com argamassa de concreto que impede perfuração e pintura antifungos. A fase de acabamento englobou instalação de calhas, cerca de proteção e reconstituição da drenagem.

“Desde 2016, quando a Prefeitura passou a adotar essa inovadora tecnologia, já foram aplicadas 207 geomantas em áreas de risco. Esta iniciativa integra a estratégia de ações preventivas desenvolvidas ao longo do ano pela Codesal, como preparativo para Operação Chuva que ocorre entre março e junho, período mais chuvoso na capital”, disse Sosthenes Macedo.

Tranquilidade – Moradora da Avenida Pereira, Rosália de Jesus Ferreira, 59 anos, comemorou a entrega da obra. “Sempre quando chovia me sentia com medo. Depois da proteção, durmo mais tranquila”.

O sentimento de segurança também é compartilhado por Janiara de Souza Melo, 58 anos. “Vivia com muito medo, pois já aconteceu vários desastres aqui em tempos de chuva. Há 31 anos, 11 pessoas morreram após um deslizamento de terra, sendo nove da mesma família. Sentimos na pele a situação. Agora, estamos mais tranquilos de que com a proteção da encosta isso não acontecerá. Consigo dormir em paz”, relatou.

Visita – O prefeito também aproveitou para visitar a Escola Municipal Coração de Jesus, também no Lobato. O local se tornou um dos pontos de abrigamento de famílias com casas em situação de risco devido à chuva.

Uma das atendidas no local, Marluce Souza contou que foi para a escola porque a casa onde mora, situada na Ladeira do Cacau, está em risco. “Todo mundo aqui me trata bem. Sempre me perguntam o que eu quero comer, a comida é muito boa, todos os são maravilhosos, não tenho o que dizer, só agradecer mesmo”, relatou ao prefeito.

Prevenção – A Prefeitura tem priorizado os trabalhos de prevenção e contingência da Defesa Civil. Neste sentido, as equipes atuam desde a realização de vistorias técnicas de imóveis e áreas de risco com a notificação de moradores quando necessário, monitoramento de pontos críticos de alagamento e identificação da necessidade de intervenções, até capacitação de comunidades com a realização de programas educativos, a exemplo dos Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (Nupdecs).

A estratégia de preservar vidas também conta com auxílio da tecnologia. A capital baiana conta com 11 sistemas de alerta e alarme, estações meteorológicas e hidrológicas, 54 pluviômetros, além do trabalho dos técnicos que vão a campo e de uma central de monitoramento, que é uma das mais modernas do Brasil.

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