A interação com a família, o cuidado e o carinho são relações essenciais para a primeira infância e trazem impactos positivos para a formação e até mesmo para a vida futura da criança. É com o objetivo de esvaziar as instituições e de acolher crianças que necessitam se afastar de suas famílias, que a Fundação Cidade Mãe (FCM) desenvolve o Serviço Família Acolhedora (SFA).
Para divulgar o serviço e atrair novos interessados, a Fundação Cidade Mãe realizou, nesta sexta-feira (19), uma capacitação, com dinâmicas; apresentação do serviço; informações sobre a legislação e sobre o apoio que as famílias recebem para o acolhimento, seja por meio de subsídio ou de acompanhamento psicossocial.
“Essa capacitação é uma forma de divulgar o serviço, em que as crianças passam a ser acolhidas por famílias, que são capacitadas e acompanhadas. É dado todo o suporte necessário para que elas possam dar amor e cuidado e o retorno da é sempre muito positivo”, explica Virgínia Nascimento, gerente de Proteção Social e Especial da FCM.
Transformação – Na opinião de Valdirene Carvalho, de 32 anos, cadastrada no serviço, a participação tem sido uma experiência transformadora. “Eu estou acolhendo uma bebê de cinco meses. Quando ela chegou na nossa família, tinha três meses, um rostinho assustado e não interagia muito. Hoje brinca e os meus filhos têm uma relação maravilhosa com ela. Ela faz muita coisa que antes não fazia e vejo que essa questão do carinho e do cuidado realmente faz a diferença”, conta Valdirene, que pretende dar continuidade à ação.
Kátia Celene Domingues, de 54 anos, foi a primeira pessoa a se inscrever e acolher uma criança pelo SFA, em 2021, e já pensa em acolher novamente. “É uma experiência maravilhosa! Meus filhos já estão criados e eu sentia falta de ouvir barulho, de ter uma companhia. Tive todo o suporte da equipe de psicólogos daqui. Se eu sentisse qualquer dificuldade, eu podia ligar. É muito bom saber que eu pude dar assistência e carinho em uma fase tão especial da vida de alguém”.
Legislação – O Serviço Família Acolhedora está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e é uma ação coordenada pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Cidadania. Em Salvador, é regulamentado pela Lei Municipal 9.015/2016 e foi implantado em agosto de 2019 pela FCM, órgão vinculado à Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ).
A iniciativa visa acolher, de maneira provisória, crianças de 0 a 6 anos em situação de risco e que foram afastadas de suas famílias de origem, por medida protetiva determinada judicialmente. O acolhimento é feito por famílias voluntárias e residentes da capital baiana, por período determinado, enquanto a família de origem recebe acompanhamento psicossocial e se reestrutura para receber a criança de volta.
Interessados em participar do serviço podem obter mais informações no site www. familiaacolhedora. salvador. ba. gov. br ou no telefone (71) 3202-2428.