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No ano jubilar em comemoração aos 275 anos da chegada da imagem do Senhor do Bonfim a Salvador, os devotos viveram uma intensa demonstração de fé na Colina Sagrada. A imagem do Senhor do Bonfim chegou às 12h sob uma alvorada de fogos, a execução do hino ao santo e o aplauso de milhares de pessoas.

Do lado de fora do gradil, o católico Jonas de Souza, 62, rezava e pedia proteção, enquanto tomava um banho de água de cheiro e segurava uma fita para amarrar na frente da igreja e fazer novos pedidos para o ano de 2020. “Eu sou devoto de Nosso Senhor do Bonfim. Sem ele não sou ninguém, eu não teria conseguido todas as graças, a minha família, meus filhos. É por isso que todo ano eu venho agradecer e pedir paz e saúde a todos nós baianos, porque sem a paz nós não vamos a lugar algum”.

As lágrimas rolavam na face da baiana Rita Silva, 42, enquanto ela distribuía rosas e dava banho de cheiro nos fiéis. “Eu sou muito devota, venho desde criança, e esse ano eu estou agradecendo pela saúde da minha Ialorixá, que tem 92 anos, estava doente e graças à Oxalá se recuperou. Me considero uma vencedora”, disse.

Ao lado dela, a baiana Teresa Santos, 67, distribuía sorrisos enquanto sustentava o jarro com água de cheiro e rosas vermelhas. “É uma honra muito grande porque eu tenho muita fé no Senhor do Bonfim. Eu venho aqui há 40 anos agradecer por tudo e pedir por saúde e proteção. Mas sempre agradeço mais que peço”, contou ela, que integra o grupo das Ganhadeiras de Itapuã.

Mensagem – Da janela da basílica, o padre Edson Menezes transmitiu uma mensagem de paz, de respeito às diferenças e homenageou Irmã Dulce, a primeira santa da Bahia e do Brasil. “Queremos iniciar esse nosso tradicional encontro fazendo uma homenagem à primeira santa nascida no Brasil e na Bahia, santa Irmã Dulce dos Pobres, que teve a iniciativa de evangelizar, que se dedicou a cuidar dos pobres e doentes e que transformou um galinheiro no atual Hospital Santo Antônio. Dulce se tornou ícone da caridade e exemplo de santidade e solidariedade. Mulher forte e destemida. Viva à santa dos baianos”, disse.

“Sejam bem-vindos a essa basílica, que está sempre de portas abertas para acolher a todos com alegria. Que o senhor do Bonfim nos conceda um ano de paz, que possamos cultivar a cultura do convívio com a diferença e que ele nos ensine a superar todo e qualquer tipo de preconceito””, completou o padre.

Fotos: Bruno Concha/Secom-PMS

Mudança – Esse ano, a tradicional lavagem foi realizada, de fato, na escadaria e não no adro da igreja como de costume. A mudança ocorreu para que as pessoas pudessem ver melhor o ato. Além disso, a imagem foi conduzida por um carro alegórico representando a caravela que trouxe a imagem do Nosso Senhor do Bonfim a Salvador. A alegoria foi produzida pelo artista plástico Zaca Oliveira.

Turistas e fiéis também encontraram uma Colina Sagrada totalmente requalificada pela Prefeitura de Salvador, dispondo de maior conforto e segurança. Vale lembrar que o novenário e a festa em celebração ao Senhor do Bonfim seguirão até o próximo domingo (19), quando uma missa campal – em frente à basílica – será presidida pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, às 10h.

Fitinhas – Uma das marcas da Lavagem é a cortina de fitinhas do Bonfim que se forma com cada uma que é amarrada pelos fiéis no gradil da igreja. Também conhecida como medida do Bonfim, as fitinhas têm 47 centímetros de comprimento, a medida do braço direito da estátua de Jesus Cristo, Senhor do Bonfim. Ela era confeccionada em seda, com o desenho e o nome do santo bordados à mão e o acabamento feito em tinta dourada ou prateada.

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