Salvador sediará a primeira edição do Festival Viva a Língua Portuguesa, que reunirá artistas baianos, portugueses e angolanos para manifestações musicais, gastronômicas e literárias entre os dias 4 a 6 de novembro, no Pelourinho. Os detalhes da programação foram divulgados pela organização do evento na quinta-feira (27), durante café da manhã no Hotel Fasano, no Centro.
O Viva a Língua Portuguesa integrará a grade da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô). O objetivo é promover uma ocupação artística e multicultural entre diversos representantes de países lusófonos durante três dias de atividades, que serão gratuitas e abertas ao público.
O festival será realizado pela Baiano Eventos e Produções em parceria com a Prefeitura, através do Escritório de Cooperação Internacional (ECI), da Embaixada de Portugal no Brasil, do Consulado Geral de Portugal na Bahia e do Camões – Instituto da Língua. Contará com patrocínios da Prima e da companhia aérea TAP.
“A capital baiana receberá com prazer esse festival, que com certeza pretendemos calendarizá-lo para termos outras edições nos próximos anos. O coração da cidade é o Centro Histórico e cada vez mais iremos valorizar a região. Em breve anunciaremos muitas novidades para dinamizar ainda mais essa área”, destacou a secretária de Cultura e Turismo (Secult), Andrea Mendonça.
O cônsul-geral de Portugal, Jorge Fonseca, reforçou que o evento não poderia ocorrer em lugar melhor do que na primeira capital do Brasil, e que espera que a manifestação cultural seja ampliada para outras cidades e países do mundo.
Programação – No primeiro dia de festival (4), Lazzo Matumbi, Melly, Magary Lord, Sued Nunes e a Banda Didá se apresentarão ao lado do cantor português Luís Trigacheiro e do angolano Paulo Matomina para um concerto especial, que ocorrerá em frente à Fundação Casa de Jorge Amado, a partir das 20h.
No dia 5 será a vez da culinária. No Senac Pelourinho, a chef baiana Jacqueline Bispo, ao lado de Luís Kitaba, de Angola, e do português Gonçalo Ramirez prepararão um menu com pratos característicos dos três países, além de fazerem criações conjuntas. Na ocasião, o público poderá experimentar coquetéis criados pelos alunos do Senac e ainda curtir apresentação musical do baiano Felipe Barros.
O evento terá início às 16h e terá capacidade sujeita à lotação do espaço. Já no terceiro e último dia do festival (6), o Teatro do Sesc Pelourinho contará com as presenças dos escritores Itamar Vieira Júnior e José Luís Peixoto, brasileiro e português, respectivamente, que protagonizarão a roda de conversa “Sem o mar por meio: uma conversa transatlântica sobre a língua Portuguesa”.
Em alusão ao livro que reúne a troca de correspondência entre Jorge Amado e José Saramago, a conversa terá início às 17h, sob a moderação do jornalista e organizador do Viva a Língua Portuguesa, Ricardo Duarte.
Troca cultural – O cantor Magary Lord revelou que já iniciou os preparativos para sua apresentação musical na abertura do festival. “A junção de ritmos e de artistas daqui, de Portugal e de Angola representa mais uma oportunidade de fazermos uma mistura que já faço há muitos anos de carreira com o black music, com o semba de Angola e, claro, com o tempero da Bahia. O público pode esperar um grande show no dia 4”, projetou.
Para Lazzo Matumbi, o Festival Viva a Língua Portuguesa será mais uma oportunidade de troca cultural, de energia e conhecimento. “Mais importante é dimensionarmos que essa troca pode se ampliar cada vez mais. Meu sonho é que futuramente espalhemos a língua portuguesa para o mundo e que ela seja não apenas a terceira língua mais falada, mas que a nossa música seja ainda mais conhecida também”, frisou.
Organizador do Viva a Língua Portuguesa, Ricardo Duarte afirmou que a língua pode se exprimir em muitas formas, seja através da música, gastronomia e literatura. “É um patrimônio incrivelmente rico culturalmente e economicamente. O Brasil é o país que mais fala língua portuguesa e boa parte da potência do idioma se deve a esse país”.