O deputado estadual e protetor de animais Marcell Moraes demonstrou total indignação contra o conteúdo da matéria veiculada no programa Fantástico da Rede Globo, neste domingo (25), relatando a matança de animais (jumentos) no município baiano de Itapetininga.
“A reportagem mostrou para todo Brasil a crueldade contra esses animais que eu já vinha denunciando há muito tempo. Me causou extrema indignação e agora torço para que as autoridades deem atenção aos meus protestos. É uma carnificina sem precedente o que se faz com nossos jumentos”, desabafou o parlamentar.
No início do mês, Marcell Moraes já havia protocolado na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) um Projeto de Lei determinando a proibição do abate de jegues, mulas, jumentos e animais derivados para o consumo humano no território baiano. De acordo com o parlamentar, o extermínio indiscriminado dos animais indefesos que conta com o apoio do Governo do Estado, além de se tratar de maus-tratos, geraria a extinção do animal símbolo da região Nordeste.
A produção agropecuária tem como alvo a exportação para China. “O jegue é um animal sagrado e os nordestinos não admitem o abete dos jumentos. Além disso, iniciaram a matança dos jegues sem apresentação de nenhum estudo de impacto ambiental. Esse extermínio pode levar em pouco tempo a extinção desse símbolo da resistência nordestina, e como vimos na denúncia do Fantástico, antes de morrer os animais passam por uma verdadeira tortura. Espero que os pares na Assembleia e o governador Rui Costa sejam coerentes e sensíveis a causa animal e revertam essa situação”, enfatizou o ambientalista.
Em julho do ano passado, o Ministério Público da Bahia determinou que dois frigoríficos localizados na cidade baiana de Miguel Calmon encerrassem o abate de jegues, equídeos, mulas, jumentos e quaisquer outros animais do gênero, sob pena de responsabilização civil, administrativa e criminal.
A recomendação do promotor de justiça Pablo Antônio Cordeiro de Almeida, obrigou as empresas responsáveis pela criação dos animais a apresentarem as guias de trânsito e os exames sanitários relativos aos jegues custodiados nas dependências dos frigoríficos, além comprovarem com laudos técnicos que o manejo dos animais, bem como a planta frigorífica, não causam danos ou maus-tratos aos equinos.
O Projeto de Lei segue em tramitação na ALBA e aguarda a votação em plenário para entrar em vigor.