Faltando menos de uma semana para o dia em que é festejada a Independência do Brasil, alunos da rede estadual de ensino acertam os últimos detalhes para o desfile de 7 de setembro, realizado entre o Campo Grande e a Praça Castro Alves. Somente em Salvador, cerca de 700 jovens, com idade entre 14 e 20 anos, têm se dedicado à ação cívica no final das aulas. No Colégio Estadual Manoel Novaes, único a oferecer curso técnico e profissionalizante de música, 83 estudantes utilizam a quadra de esportes para os ensaios da Fanfarra Musical da Bahia (Famba), que em 2015 participa pela sétima vez do evento.
Criada em 2009, a Famba substituiu as tradicionais cornetas por instrumentos profissionais e vem atraindo cada vez mais a atenção dos estudantes. O trabalho pedagógico desenvolvido pelas fanfarras escolares tem despertado a sensibilidade do aluno e, muitas vezes, direcionado o jovem para um caminho fértil de conhecimento e oportunidade. “Toco desde os meus nove anos de idade, mas aqui no colégio venho me aperfeiçoando enquanto músico. A gente passa a conhecer um pouco de música erudita, música clássica. Sinto como se a fanfarra fosse uma segunda família”, afirma o estudante Davi Calmon, 15 anos.
Transformações
Na próxima segunda-feira (7), Dia da Independência, a farda da escola vai dar lugar ao uniforme da fanfarra, que neste ano terá as cores da Bahia. Aos 18 anos, o estudante Icaro Maciel, que tem a música como objetivo de vida, reconhece as transformações pelas quais passou devido à arte. “Eu era uma pessoa que não prestava muito atenção nas coisas, mas a música me trouxe disciplina e um motivo para me dedicar em algo que gosto. Hoje sigo buscando aprender mais sobre ela”.
Na Famba, como numa fanfarra tradicional, o pelotão cívico é quem puxa o grupo, seguido pelo corpo coreográfico e grupo musical. A diversão é garantida entre os jovens, que unem compromisso à satisfação. Posicionada na linha de frente da fanfarra, a aluna Fernanda de Jesus, que vai participar pela primeira vez do Desfile da Independência, se diz ansiosa com o desafio. “Estou um pouco tensa pelo fato de ser algo novo para mim, mas venho ensaiando bastante e estou fazendo bem a minha parte. Espero que tudo dê certo”.
Prêmios
O empenho do grupo já foi reconhecido com diversos prêmios – expostos em uma das salas do Colégio Manoel Novaes. Os bons resultados abriram portas para disputas inéditas em competições regionais. Em novembro deste ano, a Famba viaja para a Paraíba, onde encara o desafio Norte-Nordeste de Bandas e Fanfarras.
“A ocupação por música tem sido muito boa para eles [alunos]. Além de ampliar o conhecimento dos alunos, não permite o tempo ocioso. Na competição Norte-Nordeste, os garotos vão ter a oportunidade de mostrar tudo o que aprenderam durante esses anos e quem sabe trazer mais um troféu para a escola e para a Bahia”, concluiu o regente da fanfarra, Neijivan Pereira.