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Membros e representantes de diversos segmentos culturais afro participaram na quinta-feira (31), no Fera Palace, no Centro, do seminário de validação do Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo Étnico-Afro de Salvador. O instrumento tem como bases a inserção da população afrodescendente da capital baiana na cadeia produtiva do turismo e na valorização e reconhecimento da mulher em atividades relacionadas ao setor. O processo de elaboração do documento foi coordenado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), dentro do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur).

“O plano foi desenvolvido nos últimos seis meses e agora chega muito perto do momento de apresenta-lo à sociedade. A iniciativa promove eixos de desenvolvimento do turismo étnico-afro e, mais do que isso, vai alocar recursos que vão financiar uma serie de ações. São investimentos da ordem de aproximadamente R$ 15 milhões, que serão destinados à área de qualificação, capacitação, de novos produtos, de melhorar a governança associada ao turismo étnico-afro”, explicou o titular da Secult, Cláudio Tinoco.

Na prática, o foco do Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo Étnico-Afro é a geração de emprego e renda. A iniciativa é composta por quatro eixos: Informação e Governança, Capacitação e Renda, Produtos Turísticos e Ações Integrativas. O primeiro prevê cadastro de produtos, serviços e produtores que será disponibilizado através de um website que será criado, facilitando acesso para atração de clientes e captação de negócios. A plataforma cobrirá negócios estruturados como meios de hospedagem, guias de turismo, além de terreiros, blocos e afoxés, artesãos, baianas, capoeiristas, turbanteiras, feirantes, entre outros.

Os segundo eixo, Capacitação e Renda, é voltado para qualificação de afroempreendedores, a fim de que estes melhorem suas ofertas de produtos e serviços e, consequentemente, garantam maiores ganhos financeiros. Para isso, será criada uma plataforma educacional de capacitação e consultoria, com módulos online e presencial. Dentre as atividades que serão oferecidas estão: formação de monitores locais, idiomas, atendimento básico ao turista, gestão de negócios etc.

O eixo Produtos Turísticos engloba tanto a criação de produtos turísticos afro quanto o fortalecimento dos que já existem. Prevê inclusive o fortalecimento do ofício das baianas de acarajé e até a realização de um grande evento para divulgação de produtos e serviços afro, durante todo os meses de novembro, a partir de 2020.

Por fim, o quarto e último eixo, Ações Integrativas, tem objetivo de integrar ações do Turismo Étnico-Afro com iniciativas que já vêm sendo desenvolvidas pela Prefeitura através dos programas Salvador 360, Salvador Resiliente e atividades coordenadas pela Secretaria da Reparação (Semur) como o Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI).

Elaboração – O consórcio Cria Rumos Arandas conduziu o Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo Étnico-Afro. A elaboração do documento envolveu metodologia participativa, por meio de reuniões com a população em locais que possuem representatividade da cultura e da historia afro em Salvador, como Curuzu, Nordeste de Amaralina e Centro Histórico. O processo também envolveu entrevistas em campo e participações de especialistas.

“Esse plano apresenta perspectiva de oferecer os termos de referência para as licitações e contratações que devemos executar a partir de dezembro. Trata-se de uma iniciativa pioneira e inovadora, e não poderia ser em outra cidade se não em Salvador, que possui a maior população afrodescendente fora da África, e que já usou muito dessa influência afro na promoção da Bahia e da própria capital. Agora restabelecemos uma relação com aqueles que produzem todos esses ativos étnico-afro para não só valorizar como fortalecer a atividade econômica da cidade”, frisou Tinoco.

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