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Há nove anos surgia, no bairro do Calabar, em Salvador, a Base Comunitária de Segurança (BCS), que ajudaria a mudar a vida dos moradores da localidade. Desde a sua inauguração, em 27 de abril de 2011, a unidade desenvolve uma diversidade de ações em prol do bem estar social. Os esforços e dedicação para ajudar a comunidade seguem firmes, mesmo em meio as dificuldade da Covid-19. Só neste período, cerca de 870 cestas básicas foram doadas à população local.

Nesta segunda-feira (27), os policiais da unidade entregaram 50 cestas a moradores da região. Entre os meses de março e abril, aproximadamente 600 famílias do Calabar e Alto das Pombas receberam alimentos e produtos de limpeza arrecadados pela base com ajuda de parceiros da unidade e da Secretaria da Segurança Pública.

“Para nós é impossível ficarmos parados e não buscarmos maneiras de levarmos um pouco de conforto para as pessoas. Principalmente neste momento em que muitas delas perderam seus empregos ou estão impedidas de trabalhar por causa da pandemia. Nossa missão sempre será proporcionar ao próximo, o máximo possível de oportunidades e melhoria de vida”, declarou a comandante da unidade, capitão Aline Muniz.

A base comunitária, que é tida como segunda casa para crianças, adolescentes adultos e idosos (todas elas atendidas pela unidade, incluindo portadores de necessidades especiais e ex-usuários de drogas), realiza de segunda a sábado projetos e atividades educativas (aulas de inglês, aulão para o Enem) esportivas (judô, jiu-Jitsu, karatê e capoeira) profissionais ( cursos de fotografia, modelo, teatro e oficinas), além de promover para o público da região, passeios para parques, museus, cinema, dentre outros.

Devido ao novo coronavírus essas atividades precisaram ser paralisadas, mas, por meio de doações, a unidade de segurança continua estreitando os laços com a comunidade e parceiros, com um único objetivo: fazer o bem.

Histórias

A capitã Maria Oliveira, atualmente chefe da Seção de Gerenciamento de Projetos do Comando de Operações da Polícia Militar, assumiu, em 2011, o desafio de comandar a primeira BCS do estado. A oficial lembra de vários momentos marcantes à frente da unidade e revela os conflitos enfrentados no início do projeto. “Tivemos muitos momentos e histórias marcantes. A Base virou uma referência para a comunidade”, relembra.

Juscimara Rosa Gualberto, 43 anos, também viu sua história e de sua filha, a jovem Natália Vitória Queiroz, 15, portadora da síndrome de Soro, serem transformadas pela Base. “Minha filha precisava fazer atividade física e eu não podia pagar. Levei ela para fazer aulas de Fitdance, gostei e hoje desenvolvi, juntamente com outras alunas, um projeto de moda que busca resgatar a autoestima de jovens, crianças e idosos do bairro”, contou.

Dependente química desde os 18 anos, Jeanne Gualberto Santana, 31, pediu ajuda na BCS e foi encaminhada para um centro de recuperação. ” Com 18 anos conheci as drogas, comecei a fumar, comecei a cheirar e depois conheci o crack. Vendia tudo dentro de casa. Vi que não era para mim. Só tenho que agradecer a Deus e a base”, contou a moradora que está há três anos longe do mundo das drogas.

Fonte: Ascom | Silvânia Nascimento e Marcia Santana

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