O homem que foi detido após ser flagrado com uma seringa na Estação Pirajá, em Salvador, foi liberado na tarde desta quarta-feira (19) após prestar depoimento à Polícia Civil. A assessoria de comunicação do órgão informou que não ficou comprovada a participação dele nos ataques com seringa que algumas pessoas sofreram na capital baiana.
Ao delegado Israel Aristides, da 11ª Delegacia de Tancredo Neves, o homem negou que tivesse intenção de atacar alguém e destacou que encontrou a seringa, que tinha café dentro, no lixo. A políca diz, no entanto, que uma perícia será feita pelo DPT na seringa apreendida, para saber qual o conteúdo. Conforme a polícia, o homem é morador de rua e aparenta ter problemas mentais. Ele ainda não foi identificado porque estava sem documentos.
De acordo com a assessoria da CCR, empresa que administra o terminal de ônibus, o homem foi avistado com a seringa por um passageiro, que acionou os seguranças do local. Ele foi levado à delegacia por uma guarnição da 48ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM)
A assessoria da Polícia Civil informou ainda que duas mulheres que viram o homem na estação compareceram à delegacia como testemunhas e disseram que ele não tinha feito nada com niguém. Um segurança também foi ouvido. Ainda conforme o órgão, nenhuma das pessoas que registraram queixas de ataques com seringas nas delegacias do Bonfim e Barris compareceu à 11ª DT para reconhecer o suspeito e, por isso, ele foi liberado.
levadas para o Hospital Couto Maia
(Foto: Reprodução / TV Bahia)
Ataques
Após ser detido nesta quarta, o homem passou a ser investigado como suspeito devido a uma série de ataques registrados nos últimos dias na capital baiana, mas a participação dele não foi comprovada, segundo a polícia. Ao todo, quatro casos de pessoas feridas com seringas foram registrados em duas localidades deSalvador, Ribeira e Joana Angélica, centro da cidade.
Uma menina de 12 anos relatou ter sido atacada com uma seringa a caminho da escola, na localidade de Areal, no bairro da Ribeira, em Salvador, na manhã desta quarta-fera (19). As informações foram confirmadas ao G1pela Polícia Civil.
De acordo com polícia, a estudante contou que passava com uma colega na Rua Aníbal da Silva Garcia, quando um homem negro, de estatura baixa e de porte atlético, espetou seu braço esquerdo e em seguida fugiu correndo. A mãe da vítima procurou a 3ª Delegacia Territorial, do Bonfim, para denunciar o ataque.
A menina foi levada para o Hospital Couto Maia, onde é feita a profilaxia, procedimento necessário neste tipo de caso. A situação está sob investigação da polícia.
Na tarde da terça-feira (18), uma mulher de 41 anos procurou a mesma delegacia onde foi registrado o ataque à estudante, para denunciar que havia sido atacada por um homem, o qual não soube descrever, na Rua Lélis Piedade, por volta das 14h.
Conforme a polícia, um mês antes, no dia 18 de setembro, um motorista de ônibus também procurou a mesma unidade policial afirmando ter sido atacado no rosto com uma seringa, por um homem de cor parda, estatura mediana e cabelos pretos, que o abordou pelas costas, enquanto ele dirigia um ônibus no bairro da Ribeira.
A polícia informou que a delegada Ana Vírginia Paim, titular da 3ª Delegacia Territorial da Ribeira, investiga os casos e que ainda não há elementos que liguem os crimes, já que as vítimas descrevem autores com características diferentes.
O outro caso de ataque foi registrado na 1ª Delegacia Territorial dos Barris, no dia 8 de outubro, conforme informou a polícia. Um soldado do exército procurou a unidade policial depois de serferido no braço, na Avenida Joana Angélica, no centro de Salvador, por um homem. De acordo com a polícia, a vítima também não forneceu características físicas que pudessem auxiliar na identificação do autor.
Atendimento
Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), o Hospital Couto Maia atendeu quatro pacientes de ataques de seringa somente neste mês. A unidade de saúde é referência em profilaxia e tratamento de doenças infecto-contagiosas. Conforme a Sesab, as vítimas passaram por procedimentos de prevenção de doenças, como Aids e Hepatite B.
G1 BAHIA