Cultivar o próprio alimento, consumir produtos livres de agroquímicos, tê-los à disposição sempre que necessário, por questões terapêuticas ou para ter uma maior conexão com a natureza. Por diversos motivos, muitas pessoas têm cultivado plantas em lares da capital baiana. Através do Projeto Horta em Casa, promovido pela Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis), os soteropolitanos têm recebido materiais de plantio, incentivando os pequenos cultivos de alimentos orgânicos. Desde o início da ação, em 2021, 800 pessoas já foram selecionadas para receber o kit planta em Salvador.
Seja por orientação nutricional, saúde ou filosofia de vida, o ato de plantar o que come tem feito cada vez mais sentido para as pessoas. Contemplada pelo projeto Horta em Casa, a funcionária pública aposentada Edna Benevides, de 62 anos, moradora do bairro de Mussurunga, afirma que ter a própria horta em casa a recolocou em contato com a terra e em harmonia com a vida.
“Com a pandemia e tempo suficiente de serviço para me aposentar, decidi parar de trabalhar. No início parecia legal, mas depois ficou entediante. Então, para ocupar o tempo, comecei a mexer com as plantas. Iniciei o plantio e ia buscando os resultados, mas não tinha técnica. Como não tinha experiência, nem conhecimento prévio, eu plantava, mas as mudas não se desenvolviam. Não sabia quantidade de água nem se deveria colocar no sol ou na sombra, tudo era feito à base do teste. Quando soube do Horta em Casa vi a oportunidade de me qualificar. Me inscrevi, logo fui selecionada e em seguida recebi meu kit”, afirmou Edna.
Composição – Composto por uma jardineira retangular plástica de 45 cm, quatro mudas de hortaliças, oito quilos de terra vegetal adubada, dois quilos de argila expandida, 0,5 m² de manta de bidim, uma pá de plástico pequena e um borrifador pequeno, o kit agrega todos os utensílios necessários para iniciar o plantio. Além de receber o material, as pessoas selecionadas também participam do curso de capacitação on-line, sobre técnicas de cultivo e manutenção das mudas.
A aposentada afirmou que os benefícios de ter uma horta em casa são inúmeros. “Além de ter o privilégio de ter alimentos frescos, livres de agrotóxicos e com a comodidade de não precisar sair de casa, também é uma atividade terapêutica. Se conectar com a terra é uma forma de cuidar da saúde mental. Estou muito feliz, pareço uma criança quando ganha um brinquedo. Meu objetivo é consumir tudo que vou plantar e, devido ao tamanho da área que tenho, espero encontrar parceiras no bairro, para ajudar a cuidar da horta e compartilhar as hortaliças. Vai ser mais econômico, saudável, gerando interação na comunidade”, disse Edna.
Incentivo – Com o tema “Decifrando Rótulos alimentares: Você Conhece o que come?”, a edição do mês de julho do Horta em Casa teve cerca de 400 pessoas inscritas. Os 100 primeiros formulários encaminhados foram selecionados. Mensalmente, a Secis disponibiliza datas de editais e link de inscrição, nas redes sociais e site do órgão, através do link www. sustentabilidade. salvador. ba. gov. br .
De acordo com a titular da pasta, Marcelle Moraes, o programa incentiva a adoção de hábitos saudáveis e promove uma conexão com a natureza. “É um projeto extremamente importante, que conecta as pessoas com a terra, promovendo não só uma alimentação mais saudável, mas também uma paz espiritual, mais tranquilidade e um maior contato com o meio ambiente. Além disso, o Horta em Casa debate a questão da sustentabilidade”, concluiu.