Por Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, disse hoje (21) que pedirá ao Ministério da Defesa que coloque soldados nas ruas da zona sul da cidade para abordar idosos que estejam circulando e convencê-los da importância de não saírem de casa, devido à pandemia do novo coronavírus. “Para dizerem a eles que há uma solicitação das autoridades para que se preservem em casa”, disse Crivella.
Segundo ele, o objetivo é diminuir a exposição dos idosos ao risco de contaminação pelo novo coronavírus. E o pedido de auxílio dos militares se dá pelo fato de que neste momento guardas municipais e policiais militares estão envolvidos em ações de ordem pública e segurança em meio à epidemia.
Outra medida anunciada hoje pelo prefeito é a reserva de quartos de hotel que estejam fechados ou com baixa ocupação para uso de idosos que morem em comunidades e não consigam fazer um isolamento por viverem com outros membros da família ou em áreas de existência de doenças como a tuberculose.
“Esse idosos estão cadastrados na nossa rede de saúde ou rede social e serão convidados a ocuparem espaços em hotéis”, disse Crivella.
Moradores de rua
Além disso, estão sendo preparados três abrigos para moradores de rua, um no Sambódromo, outro no Santo Cristo e um terceiro em Honório Gurgel. “É importante nesse momento que eles também tenham suas locomoções supervisionadas, para que a gente possa vê-los se higienizando, tomando café, almoçando. Evitar que eles tenham sintomas e não sejam tratados, que eles sejam vetores volantes pela cidade, contaminando pessoas nas lojas, nos pontos de ônibus”.
A cidade do Rio de Janeiro tem até o momento, 94 casos confirmados e 164 casos suspeitos. Há 39 pacientes internados em hospitais da rede municipal, das quais 13 estão no Ronaldo Gazolla, que é referência no atendimento ao coronavírus. Três pacientes estão sendo submetidos à ventilação mecânica para auxiliá-los na respiração.
Hospital de campanha
A prefeitura está preparando um hospital de campanha no centro de convenções Riocentro, com 500 leitos, dos quais 100 serão para cuidados mais críticos. Essas vagas serão ocupadas por pessoas que estão com outras doenças menos graves ou apenas se recuperando de cirurgias, para abrir espaço para o atendimento ao coronavírus nos hospitais municipais. A expectativa de Crivella é que o hospital esteja funcionando dentro de 20 a 30 dias.
O prefeito disse ainda que está orientando supermercados e farmácias a montarem sistemas de entrega a domicílio, para evitar aglomerações e a ida de idosos a esses locais.
Restaurante populares
Os três restaurantes populares municipais também passarão a funcionar à noite, até as 20h. Além disso, há a previsão de distribuição de cestas básicas para ambulantes e outros profissionais autônomos que sejam cadastrados na prefeitura.
As feiras de rua passarão a ser realizadas apenas de 15 em 15 dias, em vez de semanalmente, anunciou o prefeito.