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Os Centros de Referência Especializados da Assistência Social (Creas), vinculados à Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), têm sido um importante apoio aos cidadãos em situação de risco ou vulnerabilidade social, principalmente neste período de pandemia de Covid-19. De março de 2020 a abril deste ano, as sete unidades do serviço realizaram 7.760 atendimentos à população na capital baiana.

“O Creas tem como foco o atendimento à família, especialmente a crianças, jovens e mulheres vítimas de violência ou em condição de vulnerabilidade social”, destacou a diretora de Promoção Social Especial da Sempre, Kelly Morais. Além do atendimento presencial ao público, das 9h às 15h, a Prefeitura ainda contratou novos servidores, psicólogos e assistentes sociais para fortalecer as equipes dos centros de referência.

Nesse período, as únicas alterações ocasionadas pela pandemia no funcionamento do Creas foram a adoção complementar do trabalho remoto, com teleatendimento dos assistidos pela equipe técnica, e o rodízio de servidores no trabalho presencial. Nas estruturas físicas das unidades também foram adotados todos os protocolos de combate à Covid-19.

Mulheres assistidas — De acordo com Kelly Morais, as demandas mais recorrentes que chegam ao Cras são de mulheres vítimas de violência física e psicológica, e pessoas com situação de extrema vulnerabilidade social. Um desses casos é o de Elba Lopes, 35 anos, empregada doméstica.

“Eu era usuária de drogas, pesava 40 kg, tinha perdido a guarda das minhas filhas porque eu e uma delas somos soropositivas e eu tinha abandonado o tratamento. Antes disso, a gente morava num quarto com quatro metros de largura por quatro de comprimento e o banheiro coletivo. A gente dormia na mesma cama, eu e minhas três filhas”, relatou Elba.

“Foi no Creas aqui do Garcia, principalmente por causa de Lívia [assistente social], que mudei de vida. Aqui eu tenho atendimento psicológico, tive ajuda para fazer o curso de preparo de acarajé e abará, e agora estou fazendo o de bombons e trufas no Senac. O Creas me ajudou a conseguir o auxílio moradia e a guarda das minhas filhas de volta. Hoje, a gente mora numa casa decente, como um ser humano normal, e tem um ano que não uso drogas”, celebrou a assistida.

Lívia Tapuias, assistente social e técnica de referência do serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi), trabalha há três anos no Creas do Garcia. Ela discorreu sobre os serviços prestados pelo órgão, em especial sobre o atendimento à doméstica.

“Enquanto muitos órgãos estavam sem funcionar por causa da pandemia, a equipe do Creas continuou trabalhando. Foi nesse período que as filhas de Elba foram acolhidas por 11 meses, por causa da situação dela. Foi um trabalho de construção do Creas com a força de vontade de Elba para que ela se recuperasse. Esse reconhecimento é a melhor avaliação que nós podemos ter”, concluiu Lívia.

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