O corregedor nacional de Justiça, Humberto Martins, abriu nesta sexta-feira (9) um procedimento para apurar a indicação do juiz federal Sérgio Moro como futuro ministro da Justiça.
Até então responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Paraná, Moro aceitou na semana passada o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública a partir de 2019.
A decisão de Humberto Martins foi tomada após entidades, partidos e cidadãos apresentarem representações contra Moro, alegando que houve atuação político-partidária por parte do juiz ao aceitar ser ministro.
Pela decisão do corregedor nacional de Justiça, Moro terá até 15 dias para apresentar explicações.
Na última segunda-feira, Moro proferiu uma palestra na qual disse não se ver como um político, acrescentando que, na opinião dele, o cargo de ministro da Justiça é “técnico”.
“Não me vejo ingressando na política, ainda como um político verdadeiro. Para mim, é um ingresso num cargo que é predominantemente técnico”, afirmou o juiz na ocasião.
Ministério da Justiça
À frente do ministério, Sérgio Moro será o responsável pela Polícia Federal (PF), pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), pela Secretaria Nacional de Segurança Pública e pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), por exemplo.
Sobre o sistema carcerário, o futuro ministro disse nesta semana que, para ele, é preciso criar regras mais “duras” para que os presídios deixem de ser “lenientes” com os detentos que cometem crimes graves.
“É inequívoco que existe no sistema carcerário, muitas vezes, um tratamento leniente ao meu ver a crimes praticados com extrema gravidade, casos de homicídio qualificado de pessoas que ficam poucos anos presas em regime fechado. Para esse tipo de crime, tem que haver um endurecimento”, afirmou o ministro.
G1