Por Ana Krüger e Filipe Matoso, G1 — Brasília
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou neste sábado (4) que negocia com um parceiro da Inglaterra a implementação do que chamou de “passaporte da imunidade”. Sem detalhar a medida, Guedes disse que está em discussão pelo governo a disponibilização para o Brasil de 40 milhões de testes para o coronavírus.
A declaração foi dada em uma videoconferência com empresários do setor varejista, organizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
“Hoje de manhã conversávamos com um amigo na Inglaterra que criou o passaporte de imunidade. Ele faz 40 milhões de teste. Ele coloca disponíveis para nós, brasileiros, 40 milhões de testes por mês”, disse Guedes aos empresários.
Segundo o ministro, a proposta já foi encaminhada ao presidente Jair Bolsonaro e aos ministros Walter Souza Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde).
Com a testagem em massa, segundo o ministro da Economia, quem comprovadamente não estiver contaminado pelo coronavírus poderá deixar o isolamento. Isso, segundo Guedes, seria para os “jovens”. Os idosos seguiriam em casa.
“Veja bem, isso não é agora. Agora, nós estamos em isolamento. Nós estamos planejando uma saída”, destacou.
O ministro afirmou que o país enfrentará duas “ondas”: a primeira seria a da saúde e a segunda, econômica. E o responsável por coordenar este primeiro momento, de isolamento social, disse Guedes, é o ministro da Saúde, Mandetta.
“Lá na frente vem uma segunda onda, que é econômica, e nós vamos ter que furar a segunda também”, completou.
Guedes disse que as negociações com o “amigo” da Inglaterra estão pensando “lá na frente”.
“As pessoas vão sendo testadas, pode ser semanalmente, quem estiver livre continua trabalhando, os mais jovens, os idosos ficam em casa. E fazendo o teste você consegue ir girando a economia”, afirmou.
Ao longo da videoconferência, Guedes ouviu diversas cobranças dos empresários, a maior parte deles voltada à liberação de crédito. O setor pressiona o governo a acelerar e a aumentar essa liberação de recursos ao setor.
Entre as sugestões feitas a Guedes estão o uso de cadastros das associações comerciais municipais e estaduais para que o dinheiro chegue, de fato, a quem precisa; a criação de aplicativos para acelerar a liberação de crédito; e ainda o uso das “maquininhas” de cartão para o repasse do recurso.
Feriados em 2020
Durante a videoconferência, um empresário sugeriu a Guedes que o governo antecipe os feriados para que, passada a crise do coronavírus, os pequenos e microempresários possam abrir mais dias e, assim, vender mais. O ministro, então, disse que a ideia era “excelente”.
“Essa proposta de antecipação dos feriados, trazer tudo para agora e deixar o Brasil para retomada e para a recuperação, é uma excelente sugestão. Pegar os feriados do ano inteiro e jogar para essa fase, já que estamos no isolamento. Estamos passando nossos sábados, domingos e feriados juntos, de uma vez. Até porque, quando sairmos, vamos ter vontade de sair, comprar, abraçar os amigos, ir para restaurantes, vamos precisar disso, até do ponto de vista de ressurreição espiritual”, respondeu o ministro.
Pouco tempo depois, ainda na videoconferência, Paulo Guedes disse que a medida já foi adotada pelo governo e que ele soube da ideia há cerca de três semanas.
“Nós já autorizamos a antecipação dos feriados. Foi pedida agora, nós já tínhamos autorizado”, disse o ministro aos empresários.
Sem dar detalhes, Paulo Guedes acrescentou: “É com satisfação que digo que a antecipação dos feriados, que foi sugerida aqui, que eu fiquei animado, fico animado com uma boa ideia, fiquei animado com essa ideia três semanas atrás, e já foi antecipado. Então, para você ver que grande notícia. Já aconteceu.”