Para atender ao crescente número de idosos na Bahia, o Governo Estadual mantém uma estrutura permanente de promoção da inclusão, autonomia e participação efetiva do idoso na sociedade, por meio de iniciativas transversais de saúde, integração social e conscientização. Até 2020, o número de idosos deve representar em 11% a população baiana, saltando de 1,45 milhão de habitantes para 1,65 milhão, como revela uma pesquisa realizada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
As políticas públicas voltadas para a saúde do idoso são importantes para a reabilitação de pacientes como Dinorah Maria de Carvalho, de 83 anos. Ela sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) no início do ano e, desde então, realiza tratamento no Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso (Creasi), especializado em atendimento de média e alta complexidade.
De acordo com a neta e cuidadora da paciente, Tamily Alves, 22 anos, a evolução da avó é facilmente percebida a partir deste tratamento. “Quando ela foi encaminhada para o Creasi ainda estava muito debilitada e dependente da cadeira de rodas até para tomar banho. Hoje ela já consegue andar com a ajuda da gente. Para comer, já faz o movimento de condução do talher”, conta Tamily, que tomou o curso de cuidadora oferecido pelo Centro.
Dona Dinorah é uma dos 25.497 pacientes cadastrados no Creasi, que realizou em 2016 cerca de 33 mil atendimentos. O Centro conta com uma equipe interdisciplinar responsável pela recuperação da saúde física, mental e funcional de pacientes encaminhados por unidades da Rede Básica de Saúde, mantendo-os socialmente ativos e dentro do contexto familiar.
O Creasi também capacita profissionais de saúde da Atenção Básica, para que estes ofereçam um melhor atendimento ao público. A diretora do Centro, Mônica Hupsel Frank, orienta. “As unidades básicas de saúde dos 417 municípios podem solicitar capacitação para seus profissionais. Além disso, também podem agendar períodos de treinamento aqui no próprio Creasi para acompanhar a prestação dos nossos serviços”, explica.
Centro Social Urbano
No âmbito da integração social, os Centros Sociais Urbanos (CSU’s) atendem aproximadamente 3,6 mil idosos com idade ente 60 e 93 anos, cadastrados em Grupos de Convivência na capital e no interior do estado. As unidades realizam atividades educativas, esportivas, psicosociais e laborativas, sob orientação de técnicos da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) e voluntários, proporcionando ao idoso aprendizado e desenvolvimento de habilidades.
Para a aposentada Aristotelina Leda Espírito Santo Passos, 80 anos, as atividades desenvolvidas no CSU da Avenida Vasco da Gama, em Salvador, ajudam a manter o idoso dinâmico, e segundo ela, as tarefas estimulam a vontade de viver. “Eu sei fazer muitas coisas. Danço, canto, jogo capoeira, faço tricô, crochê e faço aulas de alongamento. Toda vez que venho ao Centro aprendo algo novo. A mente continua fresca”, comemora.
Estimulando a autonomia e inclusão dos idosos, o Centro Social Urbano realiza atividades como natação, hidroginástica, artesanato, yoga, ginástica, dança, e promove também atendimento de enfermagem.
Esporte e segurança
A Superintendência dos Desportos da Bahia (Sudesb), autarquia da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), e as Bases Comunitárias de Segurança (BCS) também reforçam a assistência ao idoso. A Sudesb conta com recursos do Fundo de Combate à Pobreza (Funcep), originados da Secretaria de Promoção à Igualdade Racial (Sepromi), para ofertar diversas modalidades esportivas de lazer e inclusão social em todo o estado, atendendo às políticas do Programa Pacto Pela Vida, uma ação que tem por objetivo principal a promoção da paz social. Ginástica, dança de salão e boxe são algumas das atividades oferecidas aos idosos.
Já nas BCS’s, idosos de 60 a 70 anos participam de projetos como o Viver Melhor, Vida Leve e o Centro de Cidadania Digital. O público da terceira idade conta com acompanhamento profissional de educação física, aulas de informática básica, e orientações sobre saúde. Aos 63 anos, a aposentada Maria Tereza Cerqueira não perde um dia da aula de digitação. Ela garante que o contato com a tecnologia preserva a saúde mental. “Tenho familiares que tiveram mal de alzheimer, e acredito que exercitar a mente ajuda a evitar que ela falhe. Não quero envelhecer e ficar esquecendo das coisas”, conta.
A segurança pública contribui também para a segurança dos idosos. Neste sábado (1º), quando é comemorado o Dia do Idoso, a Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso (Deati) divulgou um balanço do número de casos de violência contra o idoso na Bahia. De acordo com Deati, mais de 1,4 mil ocorrências já foram registradas em 2016. Criada há dez anos, a Delegacia que funciona na Rua do Salete, ao lado da Praça dos Barris, coíbe qualquer tipo de violência contra a pessoa idosa. A Deati recebe denúncias através do telefone 3117-6080 ou pelo Disque-Denúncia (3235-0000).
CAPI
A Coordenação de Articulação de Políticas para a Pessoa Idosa (CAPI) foi criada com a finalidade de desenvolver ações voltadas à garantia e proteção dos direitos das pessoas idosas, focando na divulgação de informações sobre o que estabelece o Estatuto do Idoso e outros diplomas legais, como também promover articulação transversal entre o Poder Público e Sociedade Civil. Entre as responsabilidades da CAPI está o apoio técnico aos municípios com vistas à implantação da Política da Pessoa Idosa; o apoio técnico e financeiro ao Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa; e Formatação e implementação do Curso para capacitação de conselheiros, gestores e lideranças que atuam na defesa dos direitos da pessoa idosa, entre outras atribuições.
Repórter: Leonardo Martins