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Uma das maiores festas religiosas de Salvador, presente no calendário de eventos da cidade, a Festa de Iemanjá, em saudação à Rainha do Mar, será realizada neste sábado (02). A programação já começa na véspera, às 7h da sexta-feira (1°), com a abertura do Caramanchão, local onde são colocados os presentes, ao lado da Colônia de Pescadores Z1, próximo ao Largo de Santana.

No sábado, antes das homenagens à Iemanjá, devotos saúdam Oxum, orixá das águas doces, às 2h30, no Dique do Tororó. Às 5h, uma alvorada de fogos de artifício marca a chegada do presente principal ao Rio Vermelho. Durante todo o dia, uma enorme fila se forma para a entrega dos presentes.

À tarde, bares e estabelecimentos situados no perímetro da festa promovem eventos e oferecem pratos diversos, principalmente a tradicional feijoada. A procissão para a entrega do presente no mar (que é mantido em segredo pela colônia de pescadores) e dos cerca de 600 balaios com oferendas depositadas pelos devotos e admiradores será às 15h30.

O encerramento da festa ocorre às 18h, mas a parte profana segue durante a noite, até as 22h. O dia ainda é marcado por diversas manifestações culturais, como rodas de capoeira, samba de roda e grupos de bairro.

Proibições – Os festejos em homenagem à rainha do mar têm o apoio da Prefeitura na programação cultural e na oferta de serviços municipais. Das 20h de sexta (01) às 22h de sábado (02), 35 agentes da Secretaria de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) atuarão na fiscalização do evento.

Durante a festa, não será permitido nenhum tipo de faixa, placa, banner ou balão alusivos a marcas ou a políticos, no trecho que vai do Largo da Mariquita à praia da Paciência. Só são permitidas manifestações sociais, culturais ou artísticas, desde que não sejam afixadas em postes ou em qualquer outro imobiliário urbano.

História – A festa em homenagem à Iemanjá teve início em 1923, quando um grupo de 25 pescadores resolveu oferecer presentes à mãe das águas. Nesta época, os peixes estavam escassos no mar. Desde então, todos os anos os pescadores pedem a Iemanjá que lhes dê fartura de peixes e um mar tranquilo.

Conta a tradição dos povos iorubás que Iemanjá era a filha de Olokum, deus do mar. Ele a teria dado uma garrafa e recomendado que só abrisse em caso de necessidade. Um dia, em fuga de Okerê, o marido que a ofendeu, ela tropeçou na garrafa, que se quebrou, fazendo surgir um rio de águas tumultuadas que levou Iemanjá ao oceano. Desde então, a rainha das águas não voltou mais para a terra.

Uma série de superstições rondam a celebração. Por exemplo, se o presente for encontrado na beira da praia é porque a divindade não gostou da oferta. Todos os anos, é preparado um presente principal pelos pescadores, que só é revelado no dia das homenagens.

Sustentabilidade – Campanhas de conscientização têm sido realizadas para a preservação do meio ambiente. Uma das correntes defende a não utilização de qualquer material para render homenagens à entidade no mar. Já para quem deseja manter a tradição, a recomendação é de que as pessoas adotem presentes biodegradáveis, como uma forma também de preservar o meio ambiente – exemplos disso são flores naturais e despejo do perfume, sem jogar o frasco no mar.

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