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Na luta contra as mudanças climáticas, a busca por substitutos do petróleo é urgente. Nesse sentido, químicos da Universidade de Bristol, no Reino Unido, deram os primeiros passos no desenvolvimento de um novo combustível para o setor de transporte, usando a cerveja como ingrediente principal.

Uma das alternativas tem no Brasil, o bioetanol. Contudo, ele não é o substituto ideal para o petróleo, por ter gerar menos energia, se misturar facilmente com a água e ser corrosivo para os motores. Existe ainda o butanol, mas ele é dificilmente obtido de fontes renováveis.

Por anos, os pesquisadores de Bristol buscaram por uma forma de converter o etanol em butanol. Em laboratório, com etanol puro, a técnica já foi desenvolvida, mas para ser escalada ela precisa ser adaptada às condições reais, com caldos de fermentação cheios de água e outras impurezas.

— O álcool em bebidas alcoólicas é na verdade o etanol, exatamente a molécula que queremos converter em butanol como substituto do petróleo — disse o professor Duncan Wass, líder das pesquisas. — Então as bebidas alcoólicas são o modelo ideal para a fermentação industrial do etanol. E o etanol para combustíveis é essencialmente feito por um processo de fabricação de cerveja. Se a nossa tecnologia funciona com bebidas alcoólicas, especialmente a cerveja que é o melhor modelo, então ela mostra que tem potencial para ser escalada para produção de butanol como substituto do petróleo em escala industrial.

A tecnologia usada para converter o etanol em butanol é conhecido como catalisador, químicos usados para acelerar e controlar uma reação química. E o catalisador desenvolvido em Bristol é capaz de converter cerveja, especificamente o álcool na cerveja, em butanol. Ao comprovar o funcionamento do catalisador com uma mistura real de etanol, os pesquisadores demonstraram que a tecnologia pode ser escalada.

— Nós não desejamos usar realmente a cerveja em escala industrial para competir com a produção de alimentos — ponderou Wass. — Mas existem formas de obter etanol para combustíveis da fermentação que produza algo parecido quimicamente com a cerveja, então a cerveja é um excelente modelo disponível para testar a nossa tecnologia.

O próximo passo é testar o processo em grande escala, e, segundo o cronograma dos pesquisadores, isso deve levar cinco anos.

Agência o Globo

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