Mais de 71 toneladas de resíduos recicláveis foram coletados durante o Carnaval de Salvador este ano. Esse resultado é referente ao plástico e alumínio entregue em três das oito centrais de reciclagem instaladas nos circuitos Barra-Ondina e Campo Grande. O resultado das demais estruturas ainda não foi mensurado, mas a média de arrecadação de cada central foi de 23.733 kg, volume que foi mais de duas mil vezes superior a 2019, quando a média foi de 9 mil quilos por equipamento.
As centrais foram geridas por cooperativas cadastradas na Limpurb ou indicadas pelo Ministério Público da Bahia. Cada unidade tinha 75 m² com espaço dividido para cadastro, triagem, pesagem e armazenamento. Essa foi a maior estrutura instalada na folia de Salvador. O projeto Folia que Vira foi uma parceria da SOLOS, MAP e One Stop, com o patrocínio da AMBEV.
Das oito centrais, três tiveram a ação impulsionada por meio de uma iniciativa de melhoria do capital de giro para compra dos materiais dos catadores. A medida bonificou os trabalhadores a cada 30 kg de plástico coletado e 50 kg de alumínio arrecado, gerando uma renda de R$ 251.475,00 para os catadores.
“Pensamos em um projeto que conseguisse gerar resultados mais expressivos de coleta de resíduos, através da melhoria na qualidade de trabalho e de uma remuneração mais justa, tanto para cooperativas quanto catadores”, explica Saville Alves, co-fundadora da SOLOS, startup baiana responsável pela gestão do projeto.
A ação também viabilizou a negociação das cooperativas, padronizando o preço dos resíduos coletados e impedindo a ação de atravessadores, o que incentivou a produtividade e gerou mais renda para as entidades. “No ano passado, coletamos cerca de 9 toneladas no Carnaval inteiro. Agora neste ano, foram mais de 30 toneladas, mais do que o triplo”, enfatiza Cristiano Alves, presidente da rede de cooperativas Coop Rede, entidade que participou do projeto junto com o complexo cooperativo de Reciclagem da Bahia, Cooperguary, Rede Cata Bahia, Recicla Conquista e Rede Icatres.