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Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil

No ano passado, ocorreram no Brasil 773 acidentes na rede elétrica, que resultaram na morte de 240 pessoas. Os números constam de uma pesquisa divulgada hoje (24) pela a Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), segundo a qual, nos últimos oito anos, houve 1.244 mortes causadas por esse tipo de acidente. Para evitar novos casos, as distribuidoras lançaram nesta segunda-feira a 11ª Semana Nacional da Segurança – Campanha Uso Consciente de Energia Elétrica, voltada para alertar a população sobre os riscos de acidentes com a rede elétrica.

De acordo com os dados divulgados pela associação, o número de mortes passou de 381, em 2001, para 240 em 2016. No ano passado, o número total de acidentes foi de 773, sete a menos que os 780 registrados em 2015.

Acidentes em obras de construção civil e manutenção predial aparecem na frente com 80 casos; instalações elétricas clandestinas, os chamados gatos, vêm em seguida com 20 ocorrências. Logo depois, vêm acidentes durante a poda de árvores, 13 casos; oito durante a instalação de antenas de TV e cinco em brincadeiras de empinar pipa ou papagaio. Estas são as principais causas de tais ocorrências.

Os número mostram ainda que, de 2012 a 2016, cerca de 150 pessoas morreram, em média, em decorrência de acidentes com redes elétricas envolvendo as cinco pricipais causas.

Regiões

A pesquisa traz o percentual de cada tipo de ocorrência, dados por região, frequência e gravidade, nos últimos oito anos. A Região Sudeste, que concentra 42% da população brasileira,  mortes, é a que registra o maior número de mortes. No período, houve 484 mortes, das quais 321 por acidentes em construção e manutenção predial, 59 por ligações clandestinas, 44 por brincadeiras com pipas, 23 por instalações de antenas de TV e 37 por poda de árvore.

A Região Nordeste aparece logo em seguida. Com 28% da população do país, o Nordeste concentra 344 mortes, envolvendo as principais causas de acidentes. Foram 190 por acidentes envolvendo construção e manutenção predial, 72 por ligações clandestinas, oito brincadeiras com pipas, 56 por instalações de antenas de TV e 18 por poda de árvore.

A Região Sul, com 14% da população, registrou 133 mortes: 69 por acidentes envolvendo construção e manutenção predial, 22 por ligações clandestinas, três por brincadeiras com pipas, 11 por instalações de antenas de TV e 27 por poda de árvore.

Com 7% da população brasileira, o Centro-Oeste registrou 103 mortes. 37 por acidentes envolvendo construção e manutenção predial, 38 por ligações clandestinas, uma por brincadeiras com pipas, 14 por instalações de antenas de TV e 13 por poda de árvore.

A Região Norte, com 9% da população teve 181 mortes: 52 por acidentes envolvendo construção e manutenção predial, 80 por ligações clandestinas, duas por brincadeiras com pipas, 29 por instalações de antenas de TV e 18 por poda de árvore.

Atualmente, o Brasil tem 3 milhões de quilômetros de redes de distribuição que atendem 81 milhões de unidades consumidoras. Segundo o presidente da Abradee, Nelson Fonseca Leite, desde que a campanha foi lançada, o número de acidentes, inclusive os fatais, têm diminuído. Em relação a 2001, ano em que a associação começou a fazer a campanha, houve queda de 26% no número de acidentes e de 37% no número de mortes.

Apesar disso, Leite diz  que é preciso mobilizar mais a população para evitar a ocorrência desse tipo de acidente. Uma das preocupação da Abradee é o alto número de acidentes registrados em obras de construção civil. Segundo Leite, o cenário de crise leva a um aumento da informalidade no setor. “Com o aumento do número de desempregados, temos um aumento na construção civil informal. As pessoas fazem puxadinhos, e aí temos acidentes”, afirmou.

Outra preocupação são os acidentes envolvendo instalações de antenas em decorrência da mudança no sinal de TV de analógico para digital e o desligamento do primeiro em várias regiões do país. “As pessoas terão que trocar as  antenas para sintonizar a TV digital e, com isso, há uma tendência de mais acidentes, pois as pessoas terão que instalar novas antenas”, disse. “Daí, a pessoa sobe no telhado e normalmente coloca a antena em um tubo metálico, perde o equilíbrio, e a antena toca na rede e ela acaba sofrendo uma eletrocussão”, acrescentou.

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