Baianos aproveitam o dia de folga para assistir e participar de apresentações de dança, teatro, capoeira, atividades esportivas e trilha ecológica no Parque São Bartolomeu, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Neste domingo (30), jovens e adultos de todas as idades foram ao parque para também homenagear o dia do santo que dá nome ao local, comemorado em 24 de agosto. Além de dar lugar a atividades culturais diversificadas, a área também abriga diferentes manifestações religiosas.
Segundo o coordenador-geral do Parque, Cosme Miranda, o São Bartolomeu é um local aberto para a comunidade de Salvador, com programas para todas as idades e durante a semana toda. “A revitalização do parque deu outra vida ao subúrbio, pois a região estava abandonada há muito tempo e agora as pessoas se sentem seguras para vir, visitar, trazer amigos, família e até turistas”, contou o coordenador.
Patrimônio cultural da cidade de Salvador, o Parque são Bartolomeu é reconhecido como a maior reserva de Mata Atlântica em zona urbana do Brasil. Para valorizar ainda mais esse espaço e dedicá-lo ao lazer de baianos e turistas, o Governo do Estado investiu cerca de R$ 93 milhões, através do programa Dias Melhores, e com financiamento do Banco Mundial, em obras de revitalização. São 155 hectares que guardam, entre outros patrimônios, a memória histórica do povo baiano, já que a região abrigou tribos de índios Tupinambás, quilombos, e ainda foi palco de lutas pela independência da Bahia. O parque abriga uma cachoeira considerada sagrada para religiões de matrizes africanas.
Intervenções
A reforma completa do local, sob a responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), empresa vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur), foi entregue em outubro do ano passado e, desde então, o movimento de moradores da região do Subúrbio Ferroviário e de visitantes cresceu. Isso porque a revitalização entregou espaços que agora são ocupados pela comunidade,como as praças de Oxum e de eventos, o Centro de Referência, módulos e ainda a instalação de um sistema de segurança. A área ao redor do Parque São Bartolomeu também foi reformada com a construção de acessos seguros e obras de urbanização.
Além de criar uma rotina e estimular a vida cultural do local, a intervenção beneficiou toda a população de Salvador, e principalmente do Subúrbio Ferroviário, como acredita Vanderson Santos, um dos monitores do parque. “A reforma veio num momento muito importante para o povo do Subúrbio de Salvador que encontra apoio e espaço aqui para expressão da nossa cultura, mas também para troca de experiências e conhecimento, com as palestras e seminários que acontecem aqui durante os dias da semana”.
Aula ao ar livre
O contramestre Mandingueiro, como é conhecido o professor de capoeira Ederivaldo Nascimento, trouxe os alunos da Oficina Resgate da Memória para uma aula ao ar livre. O grupo fez a trilha que sai da Parque São Bartolomeu e chega até Pirajá, como uma forma de homenagear o parque, pensar na preservação ambiental e também com a causa de ajudar um dos mestres do grupo, que precisa de recursos para uma cirurgia.
“A ideia é mostrar para eles que capoeira não é só para uma atividade física, mas também cultura e uma forma de aprender a história. Nascemos do Movimento de Cultura Popular do Subúrbio e queremos ocupar esse espaço que também é nosso, e ao longo do caminho fazemos paradas para ensinar aos jovens respeito à natureza, respeito ao próximo, e ao sincretismo religioso que também vemos no parque”, falou o contramestre.