Facebook
Twitter
Google+
Follow by Email

Salvador comemorou no último sábado (10) um ano de recebimento do título de Cidade Criativa da Música, concedido pela Unesco a cidades com reconhecimento da própria vocação como elemento de desenvolvimento econômico e social. A iniciativa, conquistada através de mobilização da Prefeitura por meio do Escritório Salvador Cidade Global (ESCG), coloca a capital baiana como única no país a participar da Rede de Cidades Criativas da Unesco na categoria Música, em intercâmbio com outras 115 cidades do mundo com soluções voltadas para a economia criativa. Para os artistas da terra, o reconhecimento não apenas ajuda a divulgar a capital, mas também pode contribuir para divulgar e ampliar a rica produção musical desenvolvida há décadas e que tem como ponto alto o Carnaval.

Carnaval que, por sinal, terá como tema oficial em 20117 “Cidade da Música”. Para a cantora Daniela Mercury, nada mais justo.“A música é nossa anfitriã e nos identifica. E agora, mais do que nunca, é nossa marca no Brasil e no mundo. É ótimo pra Salvador fazer parte da rede das cidades criativas da Unesco. Isso facilitará a troca de experiências na criação e gestão de eventos e ajudará  a promover nossas grandes festas, como o carnaval”, pontua. Para celebrar o fato, a artista compôs este ano a canção “Cidade da Música”, que traz versos como “Nação de ritmos, do violão brasileiro/ Da bossa nova, do samba de roda/ Dos rumpilés do terreiro/ Nação de músicos revolucionários/ Do rock, do axé, dos sambistas/ Dos novos baianos, dos doces bárbaros”.

Além da divulgação, o título desperta no meio artístico justamente o desejo de reconhecimento do trabalho musical realizado na cidade. “Espero que se traduza em investimentos e patrocínios pra indústria criativa. Que estimule a criação de mais eventos, a valorização das orquestras, dos coros, dos cantores, dos grupos de dança, dos artistas, músicos, cenógrafos, iluminadores, bailarinos e produtores culturais.

E que fomente a construção de mais equipamentos culturais como teatros, espaços pra shows, museus e cinemas, gerando também mais atenção pra os que já existem”, declara Daniela Mercury.

Na década de 1990, outro artista já anunciava Salvador como um local marcado pela música. Com a canção “Rebentão”, sucesso na versão da banda Cheiro de Amor, o cantor e compositor Carlos Pitta lembra os versos que começam com “Moro numa cidade cheia de ritmos /Que sobe e desce ao som da maré /Ela canta, ela dança, ela toca, ela vibra / Ele bate com a mão, ela dança com o pé”. “Salvador é um encontro de várias etnias e acho que isso realmente a motiva a ser Cidade da Música, além de ser porta de entrada do Recôncavo, que é um grande centro rítmico musical. Acho que esse reconhecimento dá a Salvador uma notoriedade que a cidade realmente está precisando para que ela ganhe uma motivação mundial e se dirijam para cá além do Carnaval”, salienta Pitta.

Da chamada nova geração do axé-music, o cantor Levi Lima, da banda Jammil, acredita que a iniciativa é um reconhecimento justo para uma cidade onde o talento é encontrado em cada esquina. “É uma cidade que vem projetando inúmeros artistas para o mundo há muito tempo. Além disso, nossas raízes culturais são muito fortes e cativam pessoas que se identificam com nosso modo de ser e sorrir”.

Incentivo – Como Cidade Criativa da Música, Salvador precisa cumprir alguns compromissos, como entender o impacto da música para a economia local, estimular as capacitações e promover a interação da cultura com a educação. Nesse sentido, já foi realizado intercâmbio com outras cidades membros como Bologna (Itália), Sevilha (Espanha), Glasgow (Reino Unido), Ghent (Bélgica), Bogotá (Colômbia), Brazzaville (República do Congo), Mannheim (Alemanha) e Hannover (Alemanha), para conhecer as diferentes formas de promover transformações sociais através da música, mobilização de pessoas e incremento à economia criativa.

Outra importante iniciativa é a implantação do Museu da Música Brasileira, cujo projeto já está sendo definido para obtenção de financiamento junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). A intenção é de que o espaço seja o mais moderno e completo equipamento do gênero no país, com apelo nacional e internacional. O intuito é de contar a história da música do Brasil a partir dos sons produzidos na Bahia e de ser mais um elemento de atração de visitantes para a capital baiana.

Homenagem – Para marcar o primeiro ano do reconhecimento como Cidade Criativa da Música, foi realizado no sábado (10) uma apresentação especial da Orquestra Popular da Bahia, a partir das 17h30, no Farol da Barra. Regida pelo maestro Reudes Nogueira, a orquestra instrumental preparou um repertório especial com composições próprias e alguns clássicos da axé music.

Além da celebração do título, o evento marcou o início da segunda temporada do projeto Viver Barra, idealizado pela Empresa Salvador Turismo (Saltur) e que tem na música o elemento agregador para incentivar a ocupação dos espaços públicos do bairro com cultura e entretenimento, dinamizando a economia local durante a alta estação. O projeto contou com o apoio dos comerciantes e dos moradores da Barra, que passou por um processo de profunda transformação nos últimos quatro anos.

You may also like