A decisão da Globo de afastar José Mayer por tempo indeterminado de suas próximas produções foi elogiada por muita gente. A juíza federal do Trabalho Roberta Araújo, no entanto, se mostrou crítica à postura do canal e fez um desabafo nas redes sociais.
A magistrada publicou um questionamento sobre as “contradições” da emissora no caso. “Queridas, antes de divulgar e exultar com a postura da Globo em “ punir” José Mayer por assédio lembrem-se de que foi a Globo que universalizou entre nós a cobiça por Anita, apresentada como uma “ ninfeta” ousada que seduzia um homem casado e com idade de ser seu pai”, disse ela, fazendo referência à minissérie “Presença de Anita” (2001).
Araújo completou criticando o conteúdo de outras novelas do canal. “Foi a Globo que nos apresentou Angel, uma adolescente que permeou o imaginário dos desejos mantendo um ardoroso caso com o marido da sua própria mãe. Foi a Globo que em Laços de Família envolveu o Brasil na polêmica trama em que a jovem filha rouba Edu, o namorado da mãe, interpretado por Reynaldo Gianecchini. Foi a Globo que em Avenida Brasil nos trouxe como núcleo de comédia a trama com três mulheres envolvidas com o mesmo homem – o empresário Cadinho – e que declinam da suas vidas e dignidade para se sujeitarem a viver com ele, mesmo após se descobrirem enganadas”, lembrou.
Roberta Araújo ainda tratou de falar sobre as abordagens em “Império” e no extinto “Zorra Total”. “Essa emissora diz em nota que ‘repudia qualquer forma de desrespeito, violência ou preconceito’ esta em verdade sendo dissimulada e ofensiva por nos considerar alienadas ou parvas. A verdade é que a Rede Globo coisifica as mulheres, naturaliza a violência, os abusos e assédios, incentiva o desrespeito, ridiculariza o papel e a posição da mulher e subalterna nossa dignidade”, escreveu ela.
Veja o relato:
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