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No mês em que é celebrado o Dia das Crianças e o Dia Internacional da Menina, a Prefeitura de Salvador, em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas na Bahia (UNFPA), promoveu o Cine-Debate Gravidez na Adolescência. No último dia 27, o evento reuniu adolescentes da Acopamec, instituição parceira do município, para assistir ao documentário “Meninas” e debater sobre a gravidez não planejada na adolescência.

A ação ocorreu nos turnos matutino e vespertino, com as boas-vindas de Dinsjani Pereira, coordenadora de Políticas Públicas para a Infância, Adolescência e Juventude pela Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), e de Michele Dantas, chefe de escritório da UNFPA. A atividade contou ainda com a entrega de pipoca e refrigerante, realização de um debate com os jovens e o encerramento com a distribuição de folders e brindes.

“Além do Dia Internacional da Menina, no mês passado, celebrou-se o Dia Internacional de Prevenção à Gravidez Não Intencional. Pela celebração dessas duas datas, nós estamos fazendo uma série de debates em várias cidades sobre a gravidez não planejada na adolescência e resolvemos trazer aqui para Salvador, tendo em vista essa parceria que temos de longa data com a Prefeitura”, conta Michele Dantas.

A intenção do evento, segundo Dinsjani Pereira, foi sensibilizar e orientar os jovens de 13 a 19 anos, e a partir daí, criar estratégias com políticas públicas para reduzir os altos índices de gravidez não planejada na adolescência. “Para as meninas, foram mostradas as implicações de uma gravidez não desejada nesta fase da vida. Para os meninos, a corresponsabilidade do ato. Mostramos o filme e em seguida houve uma mesa de técnicos para debater e tirar as dúvidas do público”, afirma.

Mulheres guerreiras – Uma das participantes do evento, a estudante Ágata Souza, de 17 anos, elogiou a produção audiovisual. “Na verdade, foi um documentário com uma história de vida que ocorreu em 2005, mas que ainda hoje é muito comum. Não é só algo do passado. É algo contemporâneo e é importante falar sobre isso, porque, além de conscientizar os jovens, promove a formação de pais melhores, que possam ensinar a educação sexual para os seus filhos para que a mesma história não continue se repetindo”.

“Me tocou também o fato de essas jovens que engravidaram, apesar de tudo, não terem abandonado os seus filhos, o que é muito importante, porque a gente vê muitos casos chocantes de crianças deixadas no lixo e em outros lugares. É importante ressaltar também que essas mulheres retratadas no documentário são muito guerreiras”, complementou Ágata.

Vanessa da Silva, 17 anos, achou importante a abordagem de temas que muitas vezes ainda são tabus. “Achei muito interessante o documentário, porque adquirimos conhecimento sobre o assunto, já que muitas meninas estão entrando na juventude e não têm conhecimento sobre como se prevenir de uma gravidez indesejada, das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e da maturidade necessária para o exercício da maternidade”.

Índice – Michele Dantas ressaltou que o índice de gravidez na adolescência do Brasil é superior ao da América Latina, com 400 mil casos por ano, e que os maiores índices de gravidez não intencional na adolescência estão concentrados no Norte e Nordeste. Esse cenário é refletido também em Salvador.

Outras ações – Além da parceria para a realização do Cine-debate Gravidez na Adolescência, a SPMJ vem desenvolvendo outras iniciativas, a exemplo da entrega de sete mil preservativos na Arena Fonte Nova na última sexta-feira (28), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), e de um trabalho nas comunidades, com discussões sobre a educação sexual reprodutiva, a dignidade menstrual e prevenção do abuso sexual.

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