Da Agência Reuters
O chefe de polícia de Paris convocou uma reunião de segurança emergencial nesta sexta-feira (5), dois dias antes da eleição presidencial francesa, depois que uma dúzia de ativistas do Greenpeace escalaram a face norte da Torre Eiffel, em plena luz do dia, para pendurar uma enorme faixa com o lema nacional da França: “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”. Os ativistas foram detidos para interrogatório, disse a polícia.
“Acima e além dos motivos, este golpe publicitário, no clima atual, expõe falhas no esquema de segurança da Torre Eiffel”, disse o chefe de polícia, Michel Delpuech. Segundo ele, a reunião de emergência irá envolver a polícia, funcionários da Prefeitura de Paris e a empresa que administra a torre, erigida em 1889 para comemorar o 100º aniversário da Revolução Francesa.
A ação do Greenpeace expôs as preocupações existentes com a segurança na França, apesar de o país estar mobilizando um policiamento adicional para o domingo (9), dia da votação presidencial, com a convocação de milhares de policiais e soldados, como prevenção a possíveis ataques de militantes islâmicos, que mataram mais de 230 pessoas em solo francês nos últimos dois anos e meio.
Ao menos três de cada quatro dos 47 milhões de eleitores franceses devem ir às urnas no domingo para votar em uma disputa na qual se prevê que o candidato de centro, Emmanuel Macron, vai derrotar a líder de extrema-direita Marine Le Pen.
Contra o nacionalismo
A Torre Eiffel, localizada no centro da capital francesa, perto das margens do rio Sena, é uma das atrações turísticas mais visitadas do mundo e atrai quase 7 milhões de visitantes por ano, perto de 20 mil por dia em média, de acordo com os operadores.
O Greenpeace informou que uma dúzia de seus ativistas participou do ato na torre, erguendo uma faixa de 300 metros quadrados por volta das 7h45 locais, portanto antes do início do horário de funcionamento da torre, mas bem depois do amanhecer nesta época do ano. Abaixo da faixa com o slogan republicano francês, em letras negras grandes, estava a palavra “Resista”, uma mensagem dirigida contra Le Pen e seu partido.
“Queríamos dizer que somos contra a ascensão do nacionalismo e do autoritarismo na França e em outros países”, disse o diretor do Greenpeace francês, Jean-François Julliard, à rádio pública Francinfo.